Ana LuÃsa Damasceno, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga, alertou, nas primeiras Jornadas Nacionais de Bombeiros, que decorrem, desde sexta-feira até este domingo, na cidade de Guimarães, para a falta de incentivos ao voluntariado.
O secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões, presente nas cerimónias, em representação do Governo, ouviu dos vários responsáveis do setor o apelo para que “seja nesta legislatura” que se façam “as reformas necessárias à sobrevivência dos bombeiros”.
O presidente da Liga, António Nunes, insistiu na necessidade de estes agentes terem uma estrutura de comando autónoma relativamente à Proteção Civil.
A presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga garante que é o “profissionalismo” dos bombeiros que faz com que “um serviço público essencial continue a ser prestado”, porque, afirma, “o Estado não reconhece estas pessoas”. Ana LuÃsa Damasceno alertou para a fuga dos jovens para outras atividades.
“Em vias de extinção”
“Por muito que gostem de ser bombeiros, a verdade é que não são remunerados. Estamos assim há muitos anos e caminhamos para uma situação em que os bombeiros voluntários estão em vias de extinção”, alertou.
Dirigindo-se ao secretário de Estado da Proteção Civil, Ana LuÃsa Damasceno afirmou que está em crer que “é agora, nesta legislatura, que vai começar, que fará acontecer o que temos pedido ao Governo há tanto tempo”. Os bombeiros querem, entre outras coisas, “progressão na carreira, incentivos ao voluntariado e uma reforma condigna”.
“Aqueles que estão sempre na frente são os que estão sempre a ser deixados para trás”, disse João Pedro Castro, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Guimarães e anfitrião do evento. “Há um fosso crescente entre os bombeiros e outras forças”, reforçou Ana LuÃsa Damasceno. “Queremos uma carreira sólida, não nos basta o reconhecimento simbólico”, acrescentou.
Autonomia
António Nunes fez uma lista com as reivindicações dos bombeiros para o secretário de Estado: aprovação de um estatuto; criação de uma carreira; contratos de trabalho nas associações humanitárias; valorização das equipas de primeira intervenção.
Além disso, o presidente da Liga voltou a apelar aos governantes para que deem aos bombeiros uma estrutura de comando autónoma que não dependa da Proteção Civil, “de resto, como acontece com outras forças, como é o caso da PSP e a GNR”.
JN
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