Em casos de emergência, o socorro pode ficar comprometido em estradas que apresentam muitas falhas nas comunicações por telemóvel. O novo plano de emergência de Proteção Civil aponta muitas fragilidades na transmissão de dados móveis e nas comunicações por telemóvel em vários pontos do país.
Há estradas em Portugal com muitas falhas na transmissão de dados móveis e nas comunicações por telemóvel, o que pode colocar em causa o socorro em casos de emergência. Esta é uma das fragilidades apontadas no novo Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil, que não era atualizado há quase dez anos.
O jornal Público escreve que os peritos identificaram três grandes fragilidades, a começar pelas telecomunicações.
Nas estradas, os serviços de voz apresentam poucas falhas, apesar da fraca cobertura. O problema reside mesmo nas falhas - frequentes - na transmissão de dados móveis.
Para comunicar, os serviços de emergência podem usar ainda a Rede Estratégica de Proteção Civil, a Rede Operacional dos Bombeiros, a Rede Estratégica da Autoridade Marítima e o SIRESP.
O documento faz um levantamento exaustivo das infraestruturas de relevância operacional, como as telecomunicações, as redes rodoviária e ferroviária, dos transportes marítimos e aéreos. Também neste aspeto é identificada outras das fragilidades. Alguns heliportos, sobretudo nas cidades, estão rodeados por obstáculos que dificultam a aterragem e descolagem. Há também equipamentos desadequados ao nível da comunicação, navegação, vigilância e segurança.
A produção, o armazenamento e a distribuição de eletricidade e combustíveis apresentam problemas, até porque o país depende das importações.
O peso das renováveis tem vindo a aumentar, mas as condições meteorológicas nem sempre ajudam, lembra o novo Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil, que não era revisto desde 2013.
Passado todo este tempo, o Plano de Emergência e Proteção Civil redesenha o mapa das falhas. Confrontado com esta situação, Rui Lázaro, dirigente do Sindicato Nacional da Emergência Pré-hospitalar, admite que há "algumas situações em que as falhas nas comunicações podem comprometer o socorro".
"Ao nível da emergência médica, alguns procedimentos médicos requerem o envio de dados, atualmente via 4G, para as centrais de emergência do INEM, para validação médica, que, em algumas zonas do país, cinzentas, onde não existe rede móvel nem cobertura da rede SIRESP, ficam de todo impossíveis de realizar", explica o responsável.
A falta de cobertura pode levantar ainda questões de segurança: dentro de zonas cinzentas ou dentro de edifícios onde a rede SIRESP muitas vezes não funciona, "se uma equipa estiver, por exemplo, a ser agredida, como aconteceu há poucos dias, em Vila Nova de Gaia, o botão de emergência SIRESP para acionar não vai funcionar", assinala Rui Lázaro.
O dirigente do Sindicato Nacional da Emergência Pré-hospitalar acredita que a situação poderia ser resolvida com a "redundância das redes móveis com a rede SIRESP", que ainda não foi colocada no terreno devido a um diferendo entre a ANACOM e as operadoras.
O novo Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil vai estar em consulta pública até 10 de fevereiro.
Fonte: TSF
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