A época de fogos ainda agora começou e já morrem bombeiros. Em apenas três dias, um bombeiro morreu, oito ficaram feridos, dois em estado muito grave. O MAI abriu um inquérito para apurar o que aconteceu em Miranda do Corvo.
Enquanto esperamos o resultado do inquérito, fica-nos, para já, a ideia de que a estratégia de combate aos fogos florestais continua a deixar muito a desejar. Provavelmente, o esforço do governo para não se repetir o que aconteceu em 2017 - que implicou até a demissão da ministra - perdeu-se algures entre o início da pandemia e o início da fase crítica dos incêndios. António Costa pediu cautela, dizendo o óbvio: a pandemia não suspende os incêndios.
Talvez fosse bom que o primeiro-ministro interiorizasse a sua própria frase. Porque, de facto, a pandemia levou o governo a suspender os tratamentos das outras doenças, a suspender a economia, que definha, e a suspender a rigorosa atenção que os fogos exigem.
E, apesar de suspender a vida para tratar do vírus, desleixou-se e não planeou bem o desconfinamento. Na verdade, planeou tão mal que voltámos a ter quase tantos contaminados como durante o confinamento. Chama-se a isto estratégia do "Vai correr tudo bem".
Tiago Rebelo in Correio da Manhã
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