Como chegamos aqui e para onde vamos!!!!! - VIDA DE BOMBEIRO

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quinta-feira, 23 de julho de 2020

Como chegamos aqui e para onde vamos!!!!!


Como todos sabem, hoje não sei, mas antigamente aprendíamos na “recruta” para bombeiro que D. João I em 1395 promulgou a Carta Régia para organizar e fazer face aos incêndios Urbanos na Cidade de Lisboa, foi mais ou menos assim que nascemos.

Depois disso fomo-nos adaptando aos tempos e fomos abarcando novas valências e hoje em dia fazemos transportes de doentes não urgentes, emergência pré hospitalar, combatemos incêndios Urbanos e incêndios rurais, florestais e agrícolas, desencarceramento, desobstrução de vias e mais uma data de coisas, tudo coisas que vieram com os tempos, conseguimos adaptar-nos às exigências e sobrevivemos.

Hoje, ou há uns tempos para cá, desculpem o que vou dizer, mas é a minha opinião, aburguesamo-nos e começamos a resistir a mudanças. Lembro-me que há uns anos nos foi lançado o desafio de criar no seio dos Bombeiros Equipas profissionais (GPI), lembram-se? 

Quantos foram criados? Poucos, eu sei o financiamento e tal, o certo é que não se avançou, porque somos Voluntários e mais isto e aquilo. O que surgiu a seguir? Os GIPS, da GNR, agora rebatizados de UEPS, em conjunto com os “canarinhos” que no inverno estavam nos quarteis dos Bombeiros de onde eram oriundos e hoje estão agrupados e também rebatizados de FEB para Força Especial de Proteção Civil.

Depois foi-nos proposto a criação das EIP, muitas AHBV não aderiram, inicialmente, hoje já vimos, ou quase todos vimos, que já devíamos estar a instalar a segunda nos CB, mas houve resistência e ainda há, aliás às vezes vimos notícias de que uma ou outra foi extinta ou suspensa.

Há coisa de um ano ou dois houve um Secretário de Estado, assim como quem não quer a coisa, lançou a ideia da criação no seio dos Bombeiros de Equipas de Bombeiros Sapadores. Caiu o Carmo e a Trindade, porque os Bombeiros não são para ir cortar giestas, não são para isto e para aquilo. 

Eu na altura, se bem se lembram defendi a sua criação e vi posts de alguns amigos a defenderem a sua criação. Era uma forma de darmos emprego e de, pelo menos no interior, fixar gente e ter mais gente para o combate e bem aproveitados em todas as burrascas desde que não descurassem a sua principal função. É claro que teria que haver regulamentação clara para a sua criação. Não quisemos. A que assistimos hoje? À publicação no Diário da República do Aviso nº 10737-A/2020 e que lança um “Concurso Externo de ingresso para preenchimento de 100 postos de trabalho da categoria de sapador bombeiro florestal”, força a criar no seio do ICNF. Sim os mesmos que já têm uma força de Sapadores florestais, leiam e vejam as suas atribuições.

Meus amigos, podem não concordar comigo, é legitimo, mas foi a nossa capacidade de adaptação que nos trouxe até aqui e quer-me parecer que é a nossa resistência à mudança que nos vai obrigar a parar.
Eu sei que é fácil falar de cadeirão e não ter que decidir nada, mas a criação de emprego e trazer gente para dentro é crucial e imperioso, mas nós não queremos e por cá sempre ouvi dizer que “para quem não quer tem meu pai muito”, depois andamos sempre a lamentarmo-nos, parecemos a cigarra.
É a minha opinião quanto a este assunto, porventura agora já iremos tarde, novamente.

Martins Andrade

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