“Ser Comandante é Ser Um Líder de Boas Vontades” - VIDA DE BOMBEIRO

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quinta-feira, 28 de junho de 2018

“Ser Comandante é Ser Um Líder de Boas Vontades”


Ricardo Correia, 32 anos, é comandante dos Bombeiros Voluntários de Azambuja. O novo comandante da corporação de Azambuja aceitou o cargo há menos de um ano. É exigente consigo mesmo e os seus maiores focos têm sido a formação e a comunicação.

“Ser bombeiro é dar mais daquilo que nos é exigido para desempenhar uma função que está ao serviço de todos”. As palavras são de Ricardo Correia, 32 anos, comandante dos Bombeiros Voluntários de Azambuja. Desempenha o cargo há menos de um ano, depois de lhe ter sido lançado o desafio, por André Salema, presidente dessa associação humanitária.

Natural da Lousã, distrito de Coimbra, com apenas 16 anos entrou em regime de voluntariado, nos Bombeiros Municipais da Lousã, como cadete - posto mais baixo da carreira. Profissionalmente esteve ligado à administração de sistemas informáticos e esteve nos últimos dois anos a trabalhar na indústria papeleira, como gestor de projecto, em Vila Velha de Ródão. Fazer carreira profissional nos bombeiros nunca esteve na sua linha de objectivos, porque em “Portugal esta profissão não é reconhecida pelas entidades competentes do ponto de vista da remuneração”, fazendo com que o salário fique aquém das responsabilidades do ofício.

“A balança entre o desafio e a compensação do mesmo” acabou por se inclinar para o lado do desafio e fê-lo aceitar a proposta para ser comandante ou, como aprendeu a chamar-lhe, “um líder de boas vontades”. Trabalha com bombeiros profissionais e voluntários, que disponibilizam mais tempo do que aquele que lhes é exigido em missões de socorro. “É por isso que ser comandante é ser um líder de boas vontades, que motiva e cultiva a vontade que eles têm, para que possam estar garantidos os níveis de eficiência, disciplina e capacidade de resposta que são exigidos”, explica a O MIRANTE.
A sua família permanece na Lousã, lugar que desde que aceitou este cargo não visita com a regularidade que gostaria. “São consequências da missão. A função de comandante vai para além do trabalho de segunda a sexta-feira. É preciso garantir que as coisas não falham e que estamos onde é preciso, quando é preciso”, sublinha o jovem comandante. 

Azambuja passou a ser a sua casa. Considera-a acolhedora e cheia de “pessoas muito disponíveis e sempre prontas a ajudar”. Na vila frequenta apenas a sua casa, o quartel dos bombeiros, as bombas de combustível e o supermercado. O motivo? Diz preferir resguardar a sua actividade social pelo cargo que ocupa.

O desafio ainda agora começou e já trouxe novidades para a sociedade e corporação. Desde o primeiro momento que o seu foco tem sido a formação, com abordagem a novas temáticas e o desenvolvimento da comunicação, duas estratégias que diz estarem interligadas. 

A dinamização das redes sociais foi a sua primeira aposta, para mostrar à população que os Bombeiros de Azambuja trabalham 365 dias por ano, 24 horas por dia, em missões que vão para além do combate a incêndios. “Ainda há pessoas a pensar que só somos bombeiros no Verão e eu acho que temos de destruir esse mito e sustentar a sociedade civil com a nossa actividade, sem nunca pôr em causa, obviamente, o desenrolar das operações”. 

Por sua vez, a comunicação positiva traz vantagens para a formação, por conseguir captar o interesse de mais pessoas. Neste momento, segundo o comandante, os Bombeiros de Azambuja estão com mais formação do que qualquer outra corporação da região.

Ricardo Correia tem pelo menos mais quatro anos pela frente e se houver condições diz que é sua intenção continuar. “Há muitas corporações a mudar de comandante com regularidade e, no meu entender, isso só prejudica os bombeiros e a sociedade”, termina.

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