Peritos maioritariamente estrangeiros, que integram a bolsa anunciada na semana passada pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, vão orientar e participar na coordenação dos meios aéreos de combate aos incêndios.
A participação destes elementos no dispositivo de combate aos incêndios está a causar "fortes críticas" e "alguma tensão" em alguns setores da Autoridade Nacional de Proteção Civil. "Aos poucos estão a passar um atestado de incompetência a todos os combatentes", desabafou ontem ao CM um comandante operacional, reforçando ainda: "Um dia destes vão ao estrangeiro buscar especialistas em puxar e enrolar mangueiras nas viaturas."
O programa de bolsa de peritos, constituído por técnicos nacionais, mas, sobretudo, internacionais, foi avançado pelo presidente da estrutura de missão para a instalação do sistema de gestão integrada de fogos rurais, Tiago Oliveira. "Se quisermos sobreviver no presente ano e reduzir a possibilidade de fatalidades como houve no ano passado, temos de ser capazes de melhorar a informação meteorológica, a tomada de decisão e gestão do risco de incêndios florestais. Esse vai ser o contributo pontual da estrutura de missão, através da agência, para o presente ano", justificou na altura Tiago Oliveira.
Ontem, o primeiro-ministro, António Costa, reuniu-se com a Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) e, no final, salientou a importância da floresta, da agricultura e das atividades complementares para a recuperação dos territórios do Interior afetados pelos incêndios: "Só assim geramos riqueza que fixa população", que por sua vez "devolve segurança e vida a estes territórios".
Nádia Piazza, presidente da AVIPG, apelou ao Presidente da República para que "chame as diferentes forças políticas" para um consenso relativamente à política florestal. "Não podemos estar sempre a jogar tudo fora", afirmou.
Fonte: Correio da Manhã
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