O Governo já aplicou cerca de quatro milhões de euros em multas à Everjets, empresa a quem foi entregue a operação e a manutenção dos Kamov do Estado, por os helicópteros não estarem prontos a voar.
A garantia foi dada, esta quarta-feira, pelo ministro da Administração Interna, na interpelação parlamentar pedida pelo CDS sobre a preparação da próxima época de incêndios.
Segundo Eduardo Cabrita, a Everjets foi "notificada para pagamento de penalidades e incumprimentos", "que ascendem a perto de quatro milhões de euros". O valor corresponde a multas em 2017 e 2018, por cada dia que não funcionaram os três helis que a empresa têm à sua responsabilidade.
As três aeronaves estão paradas num hangar da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em Ponte de Sor, onde estão a ser alvo de manutenção e revisão dos 10 anos de atividade. Contudo, uma delas já deveria estar operacional em março.
Cabrita revelou o valor das multas após ter sido confrontado pelos deputados do PCP, BE, PEV e CDS sobre a situação dos helis do Estado, dias depois de a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) ter avançado com o encerramento do hangar, onde estava a decorrer a manutenção, a cargo da Heliavionics, a empresa russa subcontratada pela Everjets, por suspeita de desvio de peças.
Sem se pronunciar sobre a decisão da ANPC, que resultou na expulsão dos técnicos russos, Cabrita sublinhou apenas que se tratou de uma ação em "defesa do interesse público" e "não [devido] àquilo que é a excitação na propagação da visão privada".
Refira-se que os responsáveis da Everjets já vieram admitir que está em causa a operação dos Kamov a tempo da época normal de incêndios. Em causa, garantem, não só está o facto de os técnicos russos que iriam emitir a declaração de manutenção poderem não voltar ao país, como a reabertura do hangar obrigará a uma reavaliação da condição dos helis.
A empresa que tinha posto ao serviço do Estado dois helicópteros ligeiros, para substituirem o Kamov [um heli pesado] que era utilizado pelo INEM e está em manutenção, decidiu entretanto suspender essa cedência.
JN
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