A aldeia de Vidual, no concelho de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra, reviveu os momentos de pânico dos incêndios de 2005, quando na noite de domingo se viu rodeada de chamas que obrigaram à retirada de 10 pessoas.
As chamas rodearam a aldeia de Vidual, onde habitam menos de 80 pessoas, sendo que a sua maioria, tal como em quase todo o interior, são idosos.
A aldeia começou a ser evacuada depois da ativação do plano municipal de emergência, às 17:00 de domingo, mas apenas 10 habitantes foram retirados das suas habitações, sendo que os restantes juntaram-se aos bombeiros para impedir da propagação do fogo e evitar males maiores.
"Ao final da tarde de domingo, isto metia medo. Ninguém se deitou ou dormiu" explicou Alice Vicente à agência Lusa.
Esta reformada, de 64 anos, que trocou Lisboa pela sua terra natal, deixa elogios aos bombeiros: "Não há nada a dizer. Foram muito bons, não temos razão de queixa".
Lúcia Vicente, de 56 anos, doméstica, corrobora as palavras da sua irmã mais velha e adianta que houve "muita ajuda" dos bombeiros e da própria população.
"Os que podiam, também ajudaram. Houve muito medo, porque o mato vem até junto das casas", disse, apontando para a sua moradia, onde o mato quase lhe entra pelo quintal.
"Tudo à volta da aldeia é pólvora. Agora, todos falam, porque tivemos o incêndio de Pedrógão Grande. O perigo maior é a falta de limpeza junto às casas", reforçou Alice Vicente.
As duas irmãs explicam que os terrenos estão cheios de mato porque os proprietários morreram e os herdeiros não ligam.
"Temos um país com muitas leis, mas ninguém as faz cumprir. Quando se vai à câmara ou à GNR, também ninguém faz nada", desabafa.
Alice Vicente recorda os momentos de aflição que viveu e adianta que às 04:00 da madrugada havia "labaredas que metiam medo" próximo da sua casa.
Já a sua irmã, Lúcia, sublinha que, além do bom trabalho dos bombeiros, deve realçar-se o papel preponderante da população na ajuda aos "soldados da paz".
"Foi o que valeu. Nós [populares] é que conhecemos o terreno. Ninguém dormiu. Conhecemos o terreno, os ventos e até as horas a que costumam mudar de direção", concluiu.
Fonte: http://24.sapo.pt/
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