Lisboa testa meios aéreos de combate a fogos na Madeira, sem informar o governo regional - VIDA DE BOMBEIRO

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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Lisboa testa meios aéreos de combate a fogos na Madeira, sem informar o governo regional


É mais um episódio a revelar o distanciamento entre Lisboa e Funchal. O Governo marcou para a próxima semana a realização de testes de meios aéreos de combate a incêndios, mas não informou nem convidou o executivo regional. A notícia dos ensaios foi dada pelo presidente do PS-Madeira.

O Governo enviou para o Funchal meios aéreos de combate a fogos florestais para a realização de testes que esclareçam se a geografia da Madeira permite ou não a sua utilização em caso de incêndios, como aqueles que fustigaram a ilha em Agosto do ano passado.

Os estudos foram solicitados pelo executivo regional a António Costa, no rescaldo das chamas do Verão de 2016, mas a chegada à Madeira de dois helicópteros apanhou de surpresa o governo da Madeira, que não foi informado nem convidado para os ensaios, previstos para esta terça-feira.

A informação sobre a realização dos testes foi divulgada à imprensa local pelo presidente do PS-Madeira, Carlos Pereira, e consta no site do partido como uma “promessa cumprida” pelo partido. A Quinta Vigia, sede da presidência do governo regional, não esconde o desconforto.

“Esperamos por uma informação concreta por parte do senhor primeiro-ministro, a quem o presidente do governo regional da Madeira escreveu sobre o assunto”, adiantou ao PÚBLICO o gabinete de Miguel Albuquerque, recusando comentar o facto de ter sido um partido da oposição a anunciar os testes.

“O Governo Regional da Madeira solicitou, na decorrência dos incêndios de Agosto de 2016 ao Governo da República a realização de estudos técnicos que possam responder à permanente dúvida de sabermos se os meios aéreos são ou não adequados para o combate a incêndios na Madeira e em que circunstâncias”, acrescentou a mesma fonte, sublinhando que o executivo madeirense não foi “formalmente” informado e “até ao momento” não recebeu qualquer convite para acompanhar os ensaios aéreos.

A única informação de que o governo do social-democrata Miguel Albuquerque dispõe é aquela que vem na imprensa regional e o pouco que sabe sobre os meios que serão ensaiados é pelas imagens dos dois helicópteros AS350 Ecureuil que estão estacionados no aeroporto madeirense, vindos especialmente de Canárias, e de um avião que virá do continente nos próximos dias.

O episódio está a ser encarado pela administração regional como mais uma deselegância de António Costa para com o governo madeirense e vem deteriorar ainda mais as relações entre Funchal e Lisboa. Primeiro, não caíram bem a Albuquerque as dúvidas levantadas pelo Governo sobre a atribuição do nome de Cristiano Ronaldo ao aeroporto. Depois, na véspera da cerimónia, o facto de o primeiro-ministro ter participado em duas inaugurações promovidas pela Câmara Municipal do Funchal, governada por uma coligação de partidos com o PS à cabeça, e para a qual o chefe do executivo madeirense não foi convidado, aumentou esse mal-estar entre os dois governos.

Mas este último caso merece ainda mais censura da parte do governo madeirense. Os testes vão contar com a presença do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, e de elementos da Autoridade Nacional de Protecção Civil e coincide com a presença na região da direcção da bancada socialista em São Bento, que vai realizar uma reunião no Funchal.

Fonte: Publico

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