Cumprem-se duas décadas sobre a existência da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), entidade criada em parceria entre a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
Trata-se de uma instituição pela qual a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pugnou desde sempre, ciente da importância de tal iniciativa. À data, estava em causa a existência de uma infraestrutura formativa que garantisse o alargamento de modo generalizado a novos conhecimentos e também a especialização da formação em áreas específicas.
Desde então, a LBP por mérito próprio, participou sempre nos órgãos sociais da ENB e entende ser sua missão continuar a fazê-lo em representação dos Bombeiros Portugueses e em parceria com o Estado, representado pela Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC). A Liga dos Bombeiros Portugueses está empenhada em garantir a continuidade da Escola, cuidando prioritariamente de a adequar às necessidades e exigências operacionais dos bombeiros.
Muito haverá a dizer de duas décadas de atividade da ENB. Uma instituição a quem coube a tarefa de pôr em prática um modelo moderno e inovador de formação para os bombeiros. Apesar de algumas dificuldades foi evoluindo favoravelmente, passando por algumas alterações e mutações, alguns constrangimentos, por exemplo, ver-se obrigada a recorrer a fundos comunitários ou a venda de serviços a outrem, para satisfazer os recursos necessários à sua manutenção. Há por isso necessidade de, por parte do Governo, reforçar o seu orçamento para que esta possa continuar a responder cabalmente às suas funções.
Em diferentes momentos tem sido possível fazer avaliações intermédias e introduzir as melhorias e as alterações que a evolução das técnicas e ferramentas de socorro e domínios adjacentes têm exigido.
Reconhecemos que da parte da ENB tem havido a vontade e capacidade de adequação a todos esses aspetos, objetivo que nem sempre tem sido possível alcançar, mercê de circunstâncias tantas vezes estranhas a ela própria e à vontade dos próprios bombeiros.
Importa que, sem reservas, como é timbre dos bombeiros, saibamos fazer o devido balanço do funcionamento da ENB, da enorme valia que foi a sua criação, o seu desenvolvimento e a fase de consolidação que, estamos em crer, está neste momento a viver. Por isso, defendemos que o oportuno balanço se oriente especialmente para o futuro, para analisar o que foi feito e perspetivar novos horizontes, novos desafios, à luz das experiências vividas, consolidando as oportunidades que vão surgindo no dia a dia.
Importa consolidar a perspetiva de privilegiar o alargamento da formação nos quartéis com o devido enquadramento pedagógico e de conteúdos da ENB, sempre numa lógica de construção continuada de um modelo formativo, que conte também com a participação dos respetivos comandos dos corpos de bombeiros no âmbito das Comissões Distritais de Formação.
Importa também avaliar com rigor o impacto e a importância das Unidades Locais de Formação (ULF), que imputamos de muito importantes, desde que utilizadas de forma planeada e competente.
Festejamos estas duas décadas da ENB na certeza de que muitas outras se hão de seguir. Está em causa dar continuidade de forma crescente à formação dos Bombeiros Portugueses, já que essa missão nunca estará concluída. Por um lado, porque a renovação nas fileiras dos bombeiros a isso vai continuar a obrigar. Por outro lado, porque os Bombeiros Portugueses são por natureza insatisfeitos na busca e na aprendizagem das técnicas de socorro que lhes permita serem cada vez melhores e mais eficazes no seu dia-a-dia.
Muito saber e longa vida à Escola Nacional de Bombeiros.
LBP
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