O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Jaime Soares, afirmou este sábado que cerca de 75% dos incêndios florestais no país são de origem criminosa, atribuindo os restantes 25% a casos de negligência.
"Há uma grande dificuldade para fazer compreender as autoridades deste pais que os fogos florestais em Portugal, na sua grande maioria, são de origem criminosa. Na minha opinião, na ordem dos 75 por cento são de origem criminosa e os outros 25 por cento são por negligência, no entanto, a negligência também é crime", alertou.
Na sua intervenção nas primeiras jornadas técnicas "Incêndios florestais: Um paradigma em mudança", que decorrem ao longo do dia em Viseu, Jaime Soares sublinhou que basta haver um criminoso ou um distraído para que haja um fogo, embora os distraídos "não sejam tantos quanto se diz".
"Este ano julgo que foi o melhor dispositivo de sempre, em termos de recursos humanos, em termos de equipamentos, conhecimento mais abrangente, instrução conjunta e bom entendimento dos vários atores no processo. Por isso, há que dizer que foi garantidamente o melhor êxito de sempre no combate aos incêndios em Portugal", acrescentou.
Ao longo do seu discurso, Jaime Soares informou ainda que "houve mais incêndios em Portugal do que em Espanha e França juntas".
No entanto, "num ano difícil e complexo", "na média destes últimos 10 anos, conseguiu-se diminuir a área ardida em 38 por cento", mantendo "níveis de segurança elevados".
"Infelizmente só tivemos um acidente a caminho de um incêndio, o que quer dizer efetivamente que o paradigma está a mudar nos bombeiros portugueses", concluiu.
Organizadas pela Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu, as primeiras jornadas técnicas "Incêndios florestais: Um paradigma em mudança" têm como oradores Luciano Lourenço, Emanuel Oliveira e Hugo Sarmento.
Durante a tarde, terá lugar o painel "a importância da imagem na afirmação do socorro - o exemplo da FEB", a cargo de Pedro Caldeira, enquanto Hernâni Carvalho abordará o tema "incêndios florestais e a relação com a comunicação social".
Fonte: JN
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