“Presidente da direção de Penalva do Castelo não tem o mínimo de condições para exercer as suas funções” - VIDA DE BOMBEIRO

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domingo, 1 de junho de 2025

“Presidente da direção de Penalva do Castelo não tem o mínimo de condições para exercer as suas funções”

 


Pode parecer cruel o provérbio neste contexto mas acaba por encaixar perfeitamente: onde há fumo, há fogo. Os rumores do mau estar nos Bombeiros Voluntários de Penalva do Castelo, entre direção e corpo ativo, foram revelados em discurso direto pelo comandante interino demissionário, Luís Filipe Lopes (na foto). Recorde-se que José Albuquerque, presidente da direção da associação humanitária, tinha negado, na nossa edição anterior, esse cenário, considerando que estava tudo “normal”.


Luís Filipe Lopes começou por revelar que se tornou “insustentável trabalhar com uma direção que se recusa a falar com o comando”, acrescentando que “durante um mês e vinte quatro dias do exercício das minhas funções de comandante interino foram solicitadas por várias vezes, de forma formal, reuniões com o presidente da direção que não obtiveram resposta”. No seu entender, “tor­na-se incomportável comandar uma associação com a qual não é possível falar com o presidente e tomar decisões que são importantes”.


Perante este cenário, avançou, no dia 25 do mês passado, com o seu pedido de demissão.


“O mau estar existe há muito tempo, os bombeiros estão completamente desligados da direção, que está de costas voltadas para os bombeiros e isso agudizou-se de forma irreversível durante nos incêndios de setembro do ano passado, em que sofremos uma calamidade no nosso concelho e houve inclusivamente insultos por parte do senhor presidente a um conjunto de bombeiros”, enfatizou.


Para piorar a situação, as duas partes nunca se sentaram à me­sa para serenar os ânimos.


“Por vezes, no calor do momento, dizem-se coisas irrefletidas e que acontecem de ambas as partes. Foi marcada uma reunião com o corpo ativo mas o presidente não apareceu e desde então há uma total divergência. Assim, no dia 24, apresentei em primeira mão a minha cessação de funções e foi notório o mau estar, embora haja alguma franja que continua com o presidente, mas a maioria está claramente insatisfeita com o rumo que a associação tem seguido”, asseverou.


As críticas ao desempenho do presidente da direção foram mais sonantes a partir do momento em que este assumiu a presidência da Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu.


“Não sei qual é o seu objetivo ou o voo que quer dar, nomeadamente a nível nacional, mas ele tem trabalhado exclusivamente para si e não em prol da associação. Aliás, eu não sei sequer se ele ainda é o presidente da direção dos bombeiros de Penalva do Castelo, porque os bombeiros não se vêem representados por ele, há um grande afastamento dos bombeiros que não se revêem neste modus operandi. Parece-me evidente que há aqui um denominador comum que tem feito com que muita gente se tenha afastado da instituição, que é o presidente da direção. Entendo que ele não tem as mínimas condições, há muito tempo já, para continuar no exercício de funções e já lhe transmiti isto mesmo em novembro do ano passado”, sustentou Luís Filipe Lopes.


Em relação ao nome de José Luís Carvalho, que foi adiantado por José Albuquerque como novo comandante dos Bombeiros Voluntários de Penalva do Castelo, Luís Filipe Lopes foi perentório, realçando que “quem vem para o exercício destas funções vem comprometido com o melhor desempenho das mes­mas”.


“Desejo-lhe os maiores sucessos, porque o seu sucesso será o de toda a organização, na expetativa de que lhe sejam dadas melhores condições do que as que me foram oferecidas, durante estes quase dois meses de comando interino. Se foi a escolha da direção, devemos aceitá-la e respeitá-la. Todos ganham e em última instância é a população que sai a ganhar, garantidamente”, admitiu.


Em relação ao futuro, garantiu que vai continuar empenhado e a dar o seu contributo, da mes­ma forma, aos bombeiros.


“Retomei ao meu posto de bombeiros de 2.ª classe e continuarei a dar o meu contributo, porque é o meu desígnio desde o primeiro dia. Mais importante do que os cargos ou as posições em que estamos em determinado momento é o nosso contributo, aquilo que podemos fazer em prol dos nossos concidadãos”, concluiu.


Diário de Viseu

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