๐—”๐—บ๐—ฏ๐˜‚๐—น๐—ฎ̂๐—ป๐—ฐ๐—ถ๐—ฎ๐˜€ ๐—ฒ๐—บ ๐—ฆ๐—ฒ๐—ฟ๐˜ƒ๐—ถ๐—ฐ̧๐—ผ ๐—™๐—ผ๐—ฟ๐—ฎ ๐—ฑ๐—ฎ ๐—Ÿ๐—ฒ๐—ถ — ๐—” ๐—–๐—ฟ๐—ถ๐˜€๐—ฒ ๐—ฆ๐—ถ๐—น๐—ฒ๐—ป๐—ฐ๐—ถ๐—ผ๐˜€๐—ฎ ๐—ป๐—ผ ๐—ฆ๐—œ๐—˜๐—  - VIDA DE BOMBEIRO

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domingo, 1 de junho de 2025

๐—”๐—บ๐—ฏ๐˜‚๐—น๐—ฎ̂๐—ป๐—ฐ๐—ถ๐—ฎ๐˜€ ๐—ฒ๐—บ ๐—ฆ๐—ฒ๐—ฟ๐˜ƒ๐—ถ๐—ฐ̧๐—ผ ๐—™๐—ผ๐—ฟ๐—ฎ ๐—ฑ๐—ฎ ๐—Ÿ๐—ฒ๐—ถ — ๐—” ๐—–๐—ฟ๐—ถ๐˜€๐—ฒ ๐—ฆ๐—ถ๐—น๐—ฒ๐—ป๐—ฐ๐—ถ๐—ผ๐˜€๐—ฎ ๐—ป๐—ผ ๐—ฆ๐—œ๐—˜๐— 

 


Todos os dias, dezenas de ambulรขncias dos Corpos de Bombeiros circulam pelas estradas portuguesas ao abrigo do Sistema Integrado de Emergรชncia Mรฉdica (SIEM), prestando socorro sem que estejam cumpridos os pressupostos legais relativos ร  formaรงรฃo das suas tripulaรงรตes. Esta realidade, que se perpetua ร  margem da lei, compromete gravemente a seguranรงa dos doentes e a qualidade da assistรชncia prestada em contexto prรฉ-hospitalar.


Segundo a Portaria n.ยบ 241/2014, Sรฉrie I de 2014-12-15, que regula a atividade de transporte de doentes em territรณrio nacional, deixa bastante claro no ponto B do Artigo 38ยบ do Capitulo VI – Tripulaรงรฃo e Formaรงรฃo - ๐˜ผ ๐™ฉ๐™ง๐™ž๐™ฅ๐™ช๐™ก๐™–๐™˜̧๐™–̃๐™ค ๐™™๐™– ๐™–๐™ข๐™—๐™ช๐™ก๐™–̂๐™ฃ๐™˜๐™ž๐™– ๐™™๐™ค ๐™๐™ž๐™ฅ๐™ค ๐˜ฝ ๐™š́ ๐™˜๐™ค๐™ฃ๐™จ๐™ฉ๐™ž๐™ฉ๐™ช๐™ž́๐™™๐™– ๐™ฅ๐™ค๐™ง ๐™™๐™ค๐™ž๐™จ ๐™š๐™ก๐™š๐™ข๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™ค๐™จ, ๐™จ๐™š๐™ฃ๐™™๐™ค ๐™ช๐™ข ๐™จ๐™ž๐™ข๐™ช๐™ก๐™ฉ๐™–๐™ฃ๐™š๐™–๐™ข๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™š ๐™ค ๐™˜๐™ค๐™ฃ๐™™๐™ช๐™ฉ๐™ค๐™ง ๐™˜๐™ค๐™ข ๐™– ๐™›๐™ค๐™ง๐™ข๐™–๐™˜̧๐™–̃๐™ค ๐™ข๐™ž́๐™ฃ๐™ž๐™ข๐™– ๐™™๐™š ๐™๐™ง๐™ž๐™ฅ๐™ช๐™ก๐™–๐™ฃ๐™ฉ๐™š ๐™™๐™š ๐˜ผ๐™ข๐™—๐™ช๐™ก๐™–̂๐™ฃ๐™˜๐™ž๐™– ๐™™๐™š ๐™๐™ง๐™–๐™ฃ๐™จ๐™ฅ๐™ค๐™ง๐™ฉ๐™š ๐™ค๐™ช ๐™š๐™ฆ๐™ช๐™ž๐™ซ๐™–๐™ก๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™š, ๐™๐™ค๐™ข๐™ค๐™ก๐™ค๐™œ๐™–๐™™๐™ค ๐™ฅ๐™š๐™ก๐™ค ๐™„๐™‰๐™€๐™ˆ, ๐™š ๐™ค๐™ช๐™ฉ๐™ง๐™ค ๐™˜๐™ค๐™ข ๐™›๐™ค๐™ง๐™ข๐™–๐™˜̧๐™–̃๐™ค ๐™ข๐™ž́๐™ฃ๐™ž๐™ข๐™– ๐™™๐™š ๐™๐™ง๐™ž๐™ฅ๐™ช๐™ก๐™–๐™ฃ๐™ฉ๐™š ๐™™๐™š ๐˜ผ๐™ข๐™—๐™ช๐™ก๐™–̂๐™ฃ๐™˜๐™ž๐™– ๐™™๐™š ๐™Ž๐™ค๐™˜๐™ค๐™ง๐™ง๐™ค ๐™ค๐™ช ๐™š๐™ฆ๐™ช๐™ž๐™ซ๐™–๐™ก๐™š๐™ฃ๐™ฉ๐™š, ๐™๐™ค๐™ข๐™ค๐™ก๐™ค๐™œ๐™–๐™™๐™ค ๐™ฅ๐™š๐™ก๐™ค ๐™„๐™‰๐™€๐™ˆ. No entanto, รฉ prรกtica corrente a operaรงรฃo de ambulรขncias B com apenas um tripulante qualificado, que รฉ em simultรขneo o condutor, ou pior, com elementos sem formaรงรฃo adequada, colocando em risco nรฃo sรณ os utentes, mas tambรฉm os prรณprios operacionais.


Comandos e direรงรตes de Corpos de Bombeiros justificam esta atuaรงรฃo ilegal com a impossibilidade de recusar auxรญlio ร s populaรงรตes. Ainda que o dever de socorrer seja inquestionรกvel, este nรฃo pode ser utilizado como escudo para manter um sistema que, por falta de meios humanos e planeamento, opera em clara infraรงรฃo ร  lei, ao bom senso e aos princรญpios bรกsicos de equidade.


O mais grave รฉ que o Instituto Nacional de Emergรชncia Mรฉdica (INEM), entidade que deveria garantir o cumprimento rigoroso da legislaรงรฃo e zelar pela qualidade do sistema, parece "assobiar para o lado". Em vez de assegurar que as ambulรขncias sรฃo operadas por equipas legalmente capacitadas, prefere fiscalizar faixas refletoras e logรณtipos nas viaturas, ignorando o verdadeiro problema: a quebra estrutural e funcional de um sistema que devia proteger vidas, nรฃo expรด-las.


ร‰ urgente uma auditoria externa e rigorosa ao SIEM. ร‰ imperativo que se monitorize sistematicamente as ambulรขncias de tipo B em serviรงo em todo o territรณrio nacional.


O paรญs nรฃo pode continuar a tolerar um sistema de emergรชncia mรฉdica onde o improviso e a ilegalidade se sobrepรตem ร  seguranรงa, ร  legalidade e ร  dignidade dos cuidados prestados. A emergรชncia รฉ real, mas estรก do lado de dentro da ambulรขncia.


ANTEM - Associaรงรฃo Nacional dos Tรฉcnicos de Emergรชncia Mรฉdica

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