Os Bombeiros Voluntários de Paredes de Coura multiplicaram-se em iniciativas e peditórios ao longo do último ano para poder comprar uma ambulância nova para a corporação.
Onze bombeiros juntaram-se, criaram um grupo “Ajuda-nos a ajudar” e meteram mãos à obra para angariar cerca de 80 mil euros necessários à aquisição da viatura. A missão passou por todo o tipo de ações, desde organização de eventos de música, desportivos, passeios de jipe e motos até à venda de loiça e de lenha. Segundo contou ao JN, José Sousa, um dos bombeiros que agarraram o desafio, esta última iniciativa foi das mais expressivas em termos de solidariedade.
“Fizemos um cortejo de venda de lenha. Pedimos aos baldios, a todas as freguesias do concelho, aos madeireiros que a cortaram. Vieram pessoas com o seu cestinho de lenha e também tivemos ofertas de lenha de concelhos vizinhos. Vendemos ao trator por arrematação”, descreveu José, contabilizando: “Foram vendidos quase 100 tratores e três camiões TIR de lenha. Arrecadamos cerca de 25 mil euros”.
A ação começou em julho de 2023 e a estratégia dos bombeiros para angariar fundos, também envolveu, a participação nas festas do concelho, um evento com artistas da música nacional e local, torneios de futsal, passeios de jipe de um grupo local os “Atascados” e motos do Clube Duas Rodas, além de uma ida a uma feira em Nanterre (França), onde venderam loiça aos emigrantes.
“Fizemos uma loiça com o nome da associação, chávenas, pratos, malgas e assadores de chouriço. Os emigrantes aderem muito e nas festas aqui do concelho, estivemos numa barraquinha e toda a gente comprava”, contou o bombeiro, referindo que “no espaço de um ano juntamos 55 mil euros. Estamos a acabar. Esta semana fomos pedir à câmara para nos ajudar com o que falta (20 mil) e foi concedido”.
Já em 2014, um grupo de bombeiros daquela corporação tinha realizado uma iniciativa idêntica, que também permitiu comprar uma ambulância.
“Havia de haver mais ajudas do Estado. Olham muito para os grandes centros e esquecem os meios mais pequenos”, considera o bombeiro, referindo que, de resto, “é sempre a associação que compra, com a ajuda da câmara e dos leigos”. Acrescenta que “há emigrantes que oferecem e as empresas vão ajudando, as juntas de freguesia e os baldios”.
“A associação não precisa só de uma ambulância, precisava de duas ou três. Desta vez tivemos muita ajuda. Vamos ver se arranjamos mais qualquer coisa. Não prometemos porque cada uma custa 75 mil euros. Desta vez tivemos sorte”, conclui José Sousa.
JN
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