A Direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Camarate repudiou veementemente as declarações do líder do Chega, André Ventura, sobre o presidente da Agência de Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Tiago Oliveira, que foram proferidas à comunicação social durante uma visita do político às instalações.
Num comunicado, enviado às redações esta quarta-feira, os bombeiros criticam a "forma oportunista" de André Ventura e falam de um "aproveitamento da imagem da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Camarate".
"A Direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Camarate, concordando ou não com o epicentro do problema, considera que estas declarações de André Ventura, dentro do espaço da Associação, representam um aproveitamento político atroz, uma atitude abusiva, atraindo propositadamente a comunicação social para dentro das nossas instalações, tentando criar uma perceção pública de concordância da nossa Associação com as declarações políticas proferidas pelo mesmo", sublinhou a associação no comunicado, reiterando a acusação de "aproveitamento e usurpação política dos factos".
Recorde-se que no epicentro da polémica estão as declarações do presidente da AGIF, em julho no Parlamento, em que questionou o facto de os "corpos de bombeiros receberem em função da área ardida", considerando o "objetivo perverso".
Na terça-feira, durante uma visita aos Bombeiros Voluntários de Camarate, André Ventura, considerou que as declarações de Tiago Oliveira são "falsas" e "criminosas".
"Tiago Oliveira não tem condições para se manter na posição em que está. É uma mentira grave. Lança a ignomínia sobre os nossos bombeiros e lança a suspeita de que estão a fazer negociata. Quanto mais área ardida, mais dinheiro eles ganham. Uma espécie de quanto mais multas passam, mais ganham", acusou o líder do Chega.
Na mesma visita, Ventura apelou ainda ao ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que "emita a situação de alerta porque permite, do ponto de vista jurídico, uma mobilização de mais homens e de mais meios (...) para o combate às chamas".
"Emitir a situação de alerta é uma urgência, é uma necessidade. Apelo, em nome do Chega, a que o ministro o faça com rapidez e velocidade para que isto possa ser rapidamente resolvido", disse.
Lusa
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