Desalinhamento entre Comando e direção da Associação Humanitária gerou mal-estar no seio da corporação. Presidente da instituição diz não ter conhecimento das decisões dos dois elementos.
Rute Neves e Eduardo Borges, os únicos elementos do Comando dos Voluntários de Santo Tirso atualmente em exercício, vão apresentar em breve as respetivas demissões dos cargos, soube o JN. A segundo comandante, que está à frente do corpo de bombeiros desde a saída, em novembro passado, do comandante Filipe Carneiro, e o adjunto do Comando não se reveem na atuação da direção da Associação Humanitária, que nomeou novos elementos para chefiar os bombeiros sem auscultar ou reunir com a corporação, gerando mal-estar.
Segundo o JN apurou junto de várias fontes próximas dos bombeiros, Rute Neves e Eduardo Borges, que já tinha colocado o cargo à disposição em março, deverão demitir-se na sequência de “várias situações” que têm ocorrido na gestão da corporação, e por considerarem que não dispõem de condições para continuarem nos respetivos cargos.
Contactado pelo JN, o presidente da direção dos Bombeiros de Santo Tirso, Fernando Vale, disse não querer comentar a informação, alegando não ter ainda conhecimento das intenções dos dois elementos do Comando.
No final do ano passado, Filipe Carneiro demitiu-se do Comando dos Vermelhos – como também é conhecida a corporação – alegando “falta de alinhamento entre o comandante e a direção". Seguiu-se-lhe o adjunto Luís Coelho, há cerca de um mês.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o corpo de bombeiros foi surpreendido pela nomeação do novo Comando através da afixação, na secretaria, da ata da reunião ordinária da direção, ocorrida no passado dia 5 e na qual ficaram decididos os nomes.
Em discordância com a atuação da direção da Associação Humanitária, um grupo de 30 bombeiros - no total são cerca de 70 operacionais - está a "dar a conhecer aos sócios o que está a acontecer no corpo de bombeiros" e a "apelar para que façam alguma coisa", de forma a que a situação não se agrave.
Os bombeiros denunciam ainda que "não houve mais nenhuma reunião da direção com o corpo ativo desde a saída do comandante, em novembro".
"Queremos que esta direção se demita. Para já, continuamos a assegurar o serviço, mas, se isto não mudar, vamos pousar os capacetes", avançou ao JN uma fonte daquele grupo de bombeiros, pedindo o anonimato por "medo de represálias".
Fernando Vale escusou-se a fazer comentários às denúncias dos bombeiros, remetendo esclarecimentos para o comunicado publicado na semana passada na página oficial de Facebook da Associação Humanitária dos Bombeiros de Santo Tirso, no qual a direção diz ser "infundada" a crise na corporação, e refere que o objetivo do protesto é "ferir a estabilidade da AHBVST", levantando "uma névoa de incerteza" sobre quem serve a associação.
Fonte: JN
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