Uma morte, mais de 100 deslocados e "muitos danos" numa noite difícil na Grande Lisboa - VIDA DE BOMBEIRO

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Uma morte, mais de 100 deslocados e "muitos danos" numa noite difícil na Grande Lisboa

 


Uma vítima mortal, centenas de inundações, mais de uma centena de pessoas deslocadas, trânsito condicionado e "muitos danos materiais" é o balanço de uma noite de temporal na Grande Lisboa. Houve mais de 800 ocorrências durante a madrugada.


Os distritos de Lisboa e Setúbal contabilizaram, entre as 0 e as 7 horas desta quinta-feira, 849 ocorrências relacionadas com o mau tempo. "Destas, 71% ocorreram no distrito de Lisboa e 11% no distrito de Setúbal, sendo que 80% - 673 ocorrências - se devem a inundações", explicou o comandante de operações José Miranda, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, detalhando que a maioria das ocorrências ocorreu ao início da noite de quarta-feira e que estiveram envolvidos nas operações mais de 2800 operacionais, apoiados por 900 meios.


Num balanço feito ao JN, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Lisboa deu conta de 823 ocorrências em todo o distrito entre as 21 horas de quarta-feira e as 3 horas de hoje​​​​​, com os concelhos de Lisboa (que estava sob aviso vermelho), Sintra, Cascais e Oeiras a serem os mais afetados.


"Muitos danos materiais" e estradas cortadas


Falando aos jornalistas durante a manhã, na zona do Campo Grande, onde se procedem a trabalhos de limpezas pela Proteção Civil, o presidente da Câmara lisboeta sublinhou o resgate de 14 pessoas e ainda os "muitos danos materiais" provocados pela tempestade que deu a Lisboa uma "noite muito difícil".


"Foram 14 pessoas resgatadas, muitas delas dentro dos carros, sobretudo nos túneis do Campo Grande, Campo Pequeno e em Alcântara. O nível da água subiu tanto, que a angústia era grande. As pessoas foram resgatadas sem grandes incidentes e ferimentos", disse o autarca, revelando que as situações foram sobretudo de "ansiedade e de grande susto". O túnel do Campo Grande, que ficou completamente inundado, "como se fosse uma piscina com três metros de profundidade", deverá estar aberto "na próxima hora", considerando que a cidade "está a voltar à normalidade".


"Felizmente, no município de Lisboa, não temos danos em termos de vida humana a considerar. As pessoas foram ajudadas, houve situações aflitivas, mas conseguimos resolver", disse Carlos Moedas, que deu conta de mais de 300 ocorrências no concelho, onde, entre as 17 horas de ontem e a 1 hora de hoje, caíram 86 milímetros cúbicos de água, "algo que nunca tinha acontecido".


O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP avançou, à agência Lusa, que havia, cerca das 10 horas, várias estradas na zona de Lisboa com o trânsito condicionado por causa dos lençóis de água, nomeadamente a Nacional 10, junto a São João da Telha e Santa Iria da Azoia, a Nacional 250, junto à localidade de Catujal e Apelação, e a Nacional 8, desde Frielas até Odivelas e junto ao Ikea, em Loures.


Uma vítima mortal, deslocados e desalojados na Grande Lisboa


No município vizinho de Oeiras, na zona de Algés, uma mulher com cerca de 55 anos morreu, durante a noite, quando a casa onde morava, situada numa cave, ficou inundada. Entre as ocorrências mais significativas na Grande Lisboa, destaca-se ainda um aluimento de terras na freguesia de Mina de Água, concelho da Amadora, que atingiu dois barracões, e que levou a que 100 pessoas tivessem sido deslocadas temporariamente das suas casas. Na Costa da Caparica, em Almada, seis pessoas tiveram de ser deslocadas e 47 pessoas foram resgatadas da via pública em duas horas. Contabilizam-se ainda 27 desalojados na Área Metropolitana de Lisboa e concelhos limítrofes.


Obra de túneis de drenagem aprovada


Presente durante a madrugada em Alcântara (uma das zonas da capital mais afetadas pelas cheias), o presidente da República lamentou a morte em "condições dramáticas" e salientou a necessidade de serem realizadas "obras estruturais", escusando-se a julgar a ação das autoridades. "Não sei se falharam, não queria estar a formular juízos. Uma coisa é certa: havia aviso, sabia-se e sabe que há uma subida de maré conjugada com a chuva", disse aos jornalistas.


Também no local, o autarca de Lisboa salientou a aprovação, na quarta-feira, em Assembleia Municipal de uma obra dos túneis de drenagem, que resolverá o problema das inundações. "Fala-se desta obra há 20 anos. Vai começar em março e vamos evitar estas cheias de uma vez por todas. Estará pronta em 2025 e são dois túneis, um de Campolide até Santa Apolónia e outro entre Chelas e o Beato", explicou na altura Carlos Moedas.


Fonte: JN

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