Chamas Voltaram a Aproximar-se de Aldeia em Vila Pouca de Aguiar - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 29 de julho de 2022

Chamas Voltaram a Aproximar-se de Aldeia em Vila Pouca de Aguiar

 


Ao cair da noite as chamas aproximaram-se de novo de Reboredo, em Vila Pouca de Aguiar, assustando os moradores da aldeia que se juntaram aos bombeiros e aos militares ​​​​​​​da GNR no combate.


O alerta chegou para o fundo da aldeia, onde as chamas voltaram a lavrar próximo das casas. Um dos moradores cedeu a água, e segundo observou a agência Lusa no local, militares da GNR juntaram-se aos bombeiros para ajudar a combater o fogo.


Houve, depois, um reforço de bombeiros e de militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR e no local juntaram-se também moradores, com batedores nas mãos. "A aldeia para mim é o principal, bem como a família e os meus amigos de cá", disse Bruno Carocha, emigrante que está há duas semanas em Reboredo e que hoje ainda se pôs a caminho da praia, mas acabou por voltar para trás.


À Lusa contou que pensava que esta parte inferior da aldeia já "estava calma", mas uma reativação veio provocar, de novo, o receio. "A aldeia esteve praticamente rodeada pelas chamas a tarde toda", referiu, explicando que é com o batedor de fogo, também conhecido como abafador, que tem ajudado a apagar as chamas. "Usamos o batedor, pás para deitar terra, enxadas e jipes para transportar água, tudo o que podemos usar. Hoje estou mais contente porque vemos bombeiros", frisou.


Também este emigrante esteve a ajudar a combater o fogo da semana passada, que começou em Cortinhas, Murça, e se alastrou para o município de Vila Pouca de Aguiar. Francisco da Eira hoje já esteve "em três lados da aldeia". "Agora é aqui ao pé da minha casa que está a 20 metros", salientou este morador, que frisou que "o que vale é que há bombeiros em todo o lado".


A sua preocupação é a "corte das ovelhas", lamentando que a GNR não o tenha deixado passar com a carrinha que tinha carregada com bidões de água. "Começou aqui a arder pelas fragas fora e isto é um perigo", frisou, explicando que, na envolvente da aldeia há muito mato, pinhal e também castanheiros.


Segundo disse o segundo-comandante distrital de operações de socorro de Vila Real, Artur Mota, o incêndio que lavra em Vila Pouca de Aguiar passou esta tarde dos cerca 300 hectares para os cerca de 1400 hectares de área ardida. "O perímetro é muito maior, temos meios posicionados, vamos fazer muito trabalho com máquina de rasto durante a noite", explicou o responsável, referindo que o perímetro deste incêndio já deve rondar os cerca de "cinco a seis quilómetros" e que as máquinas vão abrir caminhos e faixas de contenção.


O objetivo, explicou, é aproveitar a humidade acima dos 80% esse prevê para esta noite "para combater o máximo possível" porque, depois, o dia de sexta-feira poderá ser muito idêntico ao de hoje". "Durante a noite queremos ver se o controlamos todo para depois, durante o dia, ficarmos cá em vigilância", frisou.


O dia foi quente, o vento soprou com intensidade e tem sido este o cenário que se tem verificando em Vila Real, nos últimos quinze dias, obrigando os operacionais a atravessar o distrito, de Sul para Norte, no combate aos vários fogos que se têm registado.


Fogo está a ceder aos meios


O incêndio em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, está a ceder aos meios e as equipas de combate esperam ter o fogo "praticamente todo dominado" até às 6 horas, adiantou fonte da Proteção Civil.


O segundo-comandante distrital de operações de socorro de Vila Real, Artur Mota, explicou que o incêndio, que teve início na quarta-feira, tem ainda "três frentes ativas com alguma intensidade". "Temos máquina rastos a tentar consolidar estas três frentes, uma em direção da aldeia de Reboredo, que já não oferece qualquer perigo mas temos de consolidar para amanhã não voltar a colocar em perigo a localidade", precisou Artur Mota, num ponto da situação aos jornalistas pela meia noite.


Artur Mota referiu que a subida da humidade para os 80% criou "condições mais propicias para combater o incêndio e consolidar o rescaldo". "É sempre ingrato porque durante o dia as temperaturas sobem muito e o vento leva a grandes preocupações. A acalmia da noite permite fazer faixas de perímetro de defesa das aldeias", salientou ainda.


Mais de 600 bombeiros combatem fogos em Vila Pouca de Aguiar e Mirandela


Os incêndios nos concelhos de Vila Pouca de Aguiar e Mirandela mobilizavam às 22.30 horas desta quinta-feira mais de 600 operacionais, sendo os fogos ativos em Portugal continental que concentravam mais preocupações, segundo a Proteção Civil. De acordo com a informação disponível no site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), os incêndios em Vila Pouca de Aguiar (Vila Real) e Mirandela (Bragança), concentravam 606 operacionais, apoiados por 198 viaturas.


O incêndio que deflagrou na quarta-feira em Revel, Vila Pouca de Aguiar, avançou hoje para Reboredo e Vales, localidades do mesmo concelho. Durante a tarde, a autarquia de Vila Pouca de Aguiar explicou à Lusa que a frente deste incêndio que causava mais preocupações era a que estava entre as aldeias de Reboredo e Vales. Pelas 22.30 horas, concentravam-se no local 451 operacionais, com a ajuda de 145 viaturas.


Já o fogo em Vilar de Ouro, São Pedro Velho, no concelho de Mirandela, teve início pelas 12 horas e mobilizava 155 bombeiros, com o apoio de 53 viaturas.


Também no distrito de Bragança, lavra desde as 20 horas um incêndio na freguesia de Soeira, Fresulfe e Mofreita, concelho de Vinhais, que concentrava 50 operacionais com 15 meios terrestres.


Os restantes fogos ativos em Portugal continental tiveram todos início já na noite de hoje e mobilizavam poucos meios pelas 22.30 horas.


Em Silves, distrito de Faro, mantinham-se no terreno 67 operacionais apoiados por 22 viaturas, apesar do fogo que teve inicio na segunda-feira estar já extinto.


No total, em resolução ou já extintos encontravam-se 32 fogos, que mobilizavam ainda 423 operacionais com 115 viaturas.


Fonte: JN

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