Paciente internado em estado terminal com perturbações causou uma vítima mortal e nove feridos no Hospital de S. João, no Porto.
Um doente que decidiu fumar um cigarro numa enfermaria de Pneumologia do Hospital de S. João, no Porto, causou um incêndio que provocou a morte do paciente que estava na cama ao lado, impossibilitado de fugir às chamas.
O responsável pelo fogo ficou queimado e encontra-se em estado crítico. Há mais dois doentes com queimaduras graves e cinco funcionários tiveram de receber tratamento por causa de inalação de fumos. O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária.
Segundo apurou o JN, o paciente, que sofre de doença terminal e é afetado por perturbações mentais, estaria sentado num cadeirão ao lado da cama, junto à parafernália de aparelhos médicos e de fornecimento de oxigénio quando decidiu acender o cigarro, por volta das 17.30 horas. Por descuido ou de forma acidental, pegou fogo à própria roupa e terá entrado em pânico.
À medida que deambulava desorientado pela enfermaria, onde se encontrava outro paciente, completamente incapacitado, o doente ia espalhando as chamas pela roupa da sua cama e da cama do lado, bem como noutros materiais inflamáveis do quarto, que rapidamente foi tomado pelas chamas. O colega de enfermaria, sem qualquer capacidade física de reação, nada pôde fazer para fugir às labaredas e sucumbiu, enquanto o causador escapava com queimaduras graves, encontrando-se internado na Unidade de Queimados. Mais três pessoas sofreram queimaduras de menor gravidade.
Na sequência do incêndio deu-se uma explosão, provavelmente com foco nos reservatórios de oxigénio, e gerou-se um intenso fumo que se terá propagado a outros andares do hospital, causando alguns momentos de pânico e tensão, dada a necessidade de salvaguardar doentes internados nas imediações do local do sinistro. Os doentes de Pneumologia foram transferidos para o serviço de Medicina Interna.
O fogo seria dado como controlado às 19 horas pelo Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, que foi ajudado pelos Voluntários Portuenses no combate ao fogo e na extração do fumo.
O Hospital de S. João informou que se tratou de um fogo "de elevada complexidade" e que foram ativados de imediato os planos internos de incêndio e emergência, possibilitando assim "a deslocação dos doentes e dos profissionais, bem como o combate ao incêndio pelas equipas internas e pelas corporações de bombeiros". A nota acrescenta que "as causas do incêndio estão a ser apuradas e será aberto um processo de averiguações interno". Por fim, apresenta "os mais sentidos pêsames" aos familiares da vítima mortal e refere que o hospital está "a prestar informação e apoio psicológico às famílias das vítimas e aos profissionais".
4 doentes queimados
Além da vítima mortal, o incêndio provocou ainda quatro feridos graves, incluindo o doente que causou o fogo e que se encontra em estado crítico. Vários pacientes foram retirados do serviço de Pneumologia.
5 funcionários assistidos
O incêndio deflagrou no nono piso, tendo o fumo chegado ao quarto andar. Cinco funcionários receberam tratamento na urgência devido à inalação de fumos.
Fonte: JN
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