Os Bombeiros Voluntários de Baião comemoram, este mês, 59 anos e querem apostar na profissionalização do corporação com uma segunda equipa de intervenção permanente.
É por esse caminho que passam também as ambições do comandante Alexandre Pinto para os próximos anos. A curto/médio prazo, naquilo que é “um sonho” pessoal e uma “luta diária”, espera alcançar mais que 120 bombeiros no corpo ativo e ainda “conseguir cada vez formar mais e melhor os bombeiros que cá estão”.
Atualmente, o corpo ativo é composto por 97 bombeiros e há três elementos de comando. Contudo, “cada vez há menos adesão de novos voluntários”, disse ao Jornal A VERDADE. “Acho que é a dor comum em tudo o que é voluntariado, porque também a sociedade cada vez está mais fechada em si mesma”, continuou, referindo que, “nos meios de interior, é mais significativo, portanto, cada vez menos jovens se fixam cá para fazer as suas vidas, ou seja não vivendo cá, não fazem aqui voluntariado”.
Além disso, “antigamente, não era preciso os bombeiros fazerem publicidade para dizer que existem”, por isso, têm desenvolvido várias atividades para a comunidade escolar, “não só tendo em vista o recrutamento, mas também de igual importância a educação para a proteção civil”.
Com a pandemia e os sucessivos confinamentos, houve “um decréscimo significativo naquilo que às receitas dos bombeiros diz respeito”, nomeadamente o facto de o transporte de doentes não urgentes – que corresponde à maior fatia do financiamento dos bombeiros – ter sido, “praticamente, tudo cancelado ou adiado”.
“Estamos agora numa fase de recuperação e de retoma, mas, como em todos os corpos de bombeiros do país, o financiamento é cada vez mais difícil porque a emergência não é autossuficiente em termos financeiros, mas é o que nos dá o ser, é o nosso ónus, é a proteção de pessoas e bens”, concluiu, acrescentando que também as instalações do quartel “precisam de uma intervenção, de uma recuperação profunda”.
Alexandre Pinto é comandante desta corporação há quase seis meses e faz “um balanço francamente positivo” deste tempo. “É o grande desafio da minha vida. Existem imensas coisas positivas, quase todas, quer a nível da oportunidade, da aprendizagem, do desenvolvimento, quer de conhecimentos, quer de relações interpessoais, com as dificuldades que também tem”, sublinhou.
“Exige muito de mim, muito mesmo. A família tem estado praticamente quase sempre em segundo plano, porque, nesta fase inicial, há muita coisa para se fazer, há muitas ideias para pôr em prática, muitas atividades para se desenvolver e, claro, dar o meu cunho pessoal também à parte de direção do corpo de bombeiros”, rematou.
Na passada sexta-feira, dia 8 de outubro, em que se assinalou a fundação da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Baião, as comemorações foram internas, num convívio entre o corpo ativo e a direção, com direito a bolo de aniversário.
“Na data em que celebramos o 59.º aniversário da nossa fundação, queremos enaltecer e agradecer a todos os que contribuíram ao longo desse tempo para o engrandecimento da nossa instituição. Foram 59 anos de dedicação a uma causa de valor ímpar na sociedade atual, só possível graças ao esforço de um sem número de pessoas cuja contribuição será sempre reconhecida e jamais cairá em esquecimento. A todos vós, aos que cá estão e aos que já partiram, o nosso mais profundo agradecimento. Quanto mais nos for possível ser melhores, melhores seremos”, escreveu a corporação nas redes sociais.
Fonte: Jornal A Verdade
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