Na sequência das notícias sobre uma confraternização irregular no que decorreu no Corpo de Bombeiros do Concelho de Espinho, esclarece-se publicamente o seguinte:
1. Na passada 5ª feira, dia 11, fomos informados que um Bombeiro testou positivo à COVID-19;
2. Na sequência dessa informação, foi desencadeado o habitual processo de identificação de contactos de risco que possam ter ocorrido nos dias anteriores;
3. Foi percebido que o elemento em questão esteve de serviço na noite da 2ª feira anterior, dia 8, e que nesse turno foi promovida ceia conjunta de todos os elementos de serviço no espaço da cozinha, confraternização que desrespeitou todas as regras em vigor;
4. No total estiveram 14 bombeiros no espaço da cozinha que está identificado com uma lotação máxima de 6 ocupantes e com lugares marcados no âmbito do plano de contingência interna, não foi assegurado o distanciamento físico e obviamente que as máscaras foram retiradas durante o período de alimentação;
5. O elemento que testou positivo esteve entre os 14 bombeiros referidos apesar de, na data, não apresentar sintomas;
6. Os factos descritos foram assumidos pelo Chefe de Serviço quando confrontado e todos os envolvidos foram colocados pela Unidade de Saúde Pública em isolamento profilático, com exceção de um deles por ter estado positivo recentemente;
7. Foi ainda aplicada igual medida pela Unidade de Saúde Pública a outros dois bombeiros que estiveram em contacto com o caso positivo, mas fora da confraternização referida;
8. Logo na 5ª feira, dia em que a situação foi identificada, o Comandante do Corpo de Bombeiro fez uma Informação de Serviço dando conta do sucedido a todo o quadro ativo, e instituiu, com efeitos imediatos, um conjunto de medidas penalizadoras para os visados, paralelamente às ações disciplinares a aplicar no decorrer dos processos disciplinares aplicáveis;
9. Na mesma informação de serviço deu conta que iria ser apreciada a necessidade de comunicar o sucedido ao Ministério Público, a quem compete apreciar judicialmente o sucedido;
10. Deu ainda conta da vergonha que sentia no sucedido, e que lhe restaria “corrigir exemplarmente a situação, garantindo que NUNCA MAIS se volta a repetir algo semelhante, e de forma a se perceber que a DISCIPLINA é mesmo um pilar desta instituição”. Acrescentou que “A disciplina passa por não se fazer o que se gostaria, mas o que tem de ser feito em determinado contexto. E se o convívio em causa é até louvável em tempos de normalidade, é absolutamente proibido e reprovável no contexto atual”;
11. A ação lamentável do grupo de bombeiros envolvidos na confraternização não reflete a responsabilidade e profissionalismo com que o nosso Corpo de Bombeiros presta serviço à população, particularmente no contexto da luta contra a pandemia à COVID-19, pelo que nos envergonhamos e reprovamos veemente o sucedido, garantindo que todas as responsabilidades serão apuradas;
12. Por último, não poderemos também deixar de lamentar a divulgação pública da Informação de Serviço do Comandante, documento interno que contem os dados pessoais dos visados. Por isso, irá juntar-se a este processo uma queixa crime contra quem divulgou publicamente tal informação com a identificação dos bombeiros.
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