A Liga dos Bombeiros vai a votos em outubro e António Nunes, antigo inspetor-geral da ASAE, é o primeiro a assumir a intenção de suceder ao atual presidente, Jaime Marta Soares. O estatuto social dos bombeiros, a Escola Nacional, o financiamento e o regresso a um comando único estão entre as suas prioridades.
Para já, o também presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo é o único candidato, como noticiou o "Correio da Manhã". Questionado pelo JN sobre uma recandidatura, Jaime Marta Soares respondeu que "o futuro a Deus pertence". Porém, o JN apurou junto de fonte conhecedora que o atual presidente vai acabar o terceiro mandato e não será recandidato.
É, por isso, certo que haverá uma renovação na Liga. António Nunes planeia integrar na lista uma mulher em cada órgão social (conselho diretivo, mesa e conselhos fiscal e jurisdicional), bem como elementos das 20 federações.
"Novo rumo para a Liga"
Há quatro anos, António Nunes foi a votos para a mesa dos congressos, numa lista liderada por José Barreira Abrantes, mas perdeu. Agora, assegura que não avança em confronto com Jaime Marta Soares: "Não nos candidatamos contra ninguém", mas "seremos capazes de protagonizar um novo rumo para a Liga".
Entre as prioridades do candidato está o objetivo antigo de recuperar uma figura de direção nacional, ou seja, um comando independente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). "Somos o único agente de proteção civil sem um comando próprio", disse. Quer também reformular a Escola Nacional de Bombeiros e o estatuto social do bombeiro, para "demonstrar aos voluntários o reconhecimento da sociedade".
O programa integra, ainda, um novo modelo de financiamento e, em concreto, o protocolo assinado com o INEM para criar postos de emergência médica (ambulâncias que respondem a quem liga o 112). "Foi um bom negócio na altura, mas tem que ser revisto". O valor pago pelo INEM, diz, não cobre a manutenção e substituição das viaturas dos corpos de bombeiros que mais saem em serviço.
Eleição e pandemia
A candidatura será apresentada oficialmente em meados de abril, meio ano antes de ir a votos. "Este é um ano de muitas dificuldades, não podemos fazer reuniões presenciais, necessitamos de organizar tudo com antecedência", justificou. Em junho começa a época crítica de incêndios, que só acaba em setembro. O congresso eletivo deverá ser no final de outubro, num local ainda a escolher.
Fonte: JN
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