A Crónica da Ariana: "No DECIR Como Vai Ser? Distanciamento? Equipas Bolha?" - VIDA DE BOMBEIRO

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domingo, 7 de fevereiro de 2021

A Crónica da Ariana: "No DECIR Como Vai Ser? Distanciamento? Equipas Bolha?"

 


Com Toda a certeza não serei a única a pensar que o DECIR está próximo (aposto que alguns já estão a pensar nas malinhas que vão fazer para mais um verão, enquanto outros se atrapalham com o GPS para voltarem a relembrar o caminho para o CB).


Todos os anos é a macacada do costume, malta que se queixa da logística dos TOs, malta que se passa com as “Andorinhas” que regressam ao CB após meio ano de ausência e ainda se acham “bombeirões” da cena; penas leves ou inexistentes para incendiários; a guerra das fardas (FEB; Bombeiros GIPs; entre outros)… O normal.


Este ano, tal como no verão passado, vamos ter o covid para se juntar á festa. Será “uma casa a arder” (ou, talvez, várias… irónico, não é?).


Tenho visto que de norte a sul do país alguns CB têm optado por tomar medidas de prevenção para proteger os seus bombeiros. São criadas equipas ‘’bolha’’, para evitar ao máximo o cruzamento entre elementos, desinfeção e higienização passam a ser as palavras de ordem e até já se bate continência ao balde e esfregona com uma boa dose de lixivia.


Para quem não é bombeiro, talvez não pareça o fim do mundo a criação de uma equipa bolha. Para alguns que são bombeiros e pouco ligam ao seu CB também pode não o ser, mas para mim e para muitos outros que gostamos e envergamos a farda com orgulho é talvez das coisas mais duras que enfrentamos desde o início desta pandemia.


Sabem aquela vontade de ir ao CB ao piquete do colega? Ou passar por lá e acabar a fazer um serviço só porque sim? Sabem o quanto é duro para um comandante ter de dizer aos seus homens que agora as regras são outras?


Para os que não percebem o que isto significa, não se esqueçam que o grosso desta gente é voluntária. A malta faz voluntariado não só porque gosta do que faz, como também do convívio. Se ir ao CB passa a sentir mais uma “obrigação” do que um gosto, podem esperar um êxodo em massa digno de estória bíblica. (outra casa a arder… isto está a começar a ficar sério).


50% por cento do CB vacinado uma escolha também ela a recair sobre um comando é duro (próxima cronica porque está semana já deu o que tinha a dar), no DECIR como vai ser?  distanciamento? equipas bolha? Sinto, sinceramente, que o ano passado passamos pelos pingos da chuva, sem grandes TOs (será que foi por os incendiários também estarem em confinamento?), pergunto-me se este ano se ocorrer estaremos preparados? Vai cada TO virar uma cadeia de transmissão? Não será altura de começarmos a pensar em gestão de TOs perante uma pandemia? Porque sejamos francos numa época normal o DECIR já é um drama na logística e gestão, em época de pandemia, não vejo como poderá ser melhor...


E como falei em equipas bolha e decisões difíceis o texto inteiro, vou enaltecer todos os comandos que tem nos ombros este plano de vacinação que os obriga a escolher quem tem direito e quem só vai ter mais tarde. É, sem dúvida uma posição horrível para se estar. Deixo-vos a minha força e o meu agradecimento, e só lamento que superiormente e quem de direito não veja o quanto isso irá quebrar a moral e união dentro das corporações.


Mas o meu maior agradecimento será sem dúvida para o meu comando, e para todos os meus colegas que, apesar das circunstâncias, tem tido a capacidade de se manter unidos. Eu não podia estar mais orgulhosa de ser 1318 Areosa- Rio Tinto.


Ariana Ribeiro

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