INEM Rejeita Acusações do STEPH de “Falta de Preparação” e “Inação” - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

INEM Rejeita Acusações do STEPH de “Falta de Preparação” e “Inação”

 

A propósito da notícia veiculada hoje pela Agência Lusa, intitulada “Covid-19: Técnicos de emergência pré-hospitalar criticam falta de coordenação do INEM”, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) vem prestar os seguintes esclarecimentos:


Os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM fazem o encaminhamento de doentes urgentes/emergentes de acordo com as redes de referenciação hospitalares instituídas, tendo ainda em consideração fatores como o estado clínico dos doentes, a proximidade das unidades hospitalares, as valências clínicas disponíveis e a disponibilidades das unidades de saúde para receção de utentes.


A informação sobre os tempos de atendimento dos Serviços de Urgência (SU), a taxa de ocupação dos hospitais e as vagas existentes (para “doentes covid” e “não-covid” e nas várias valências de Medicina Intensiva) são monitorizadas em permanência pelo INEM. Desta forma, e ao contrário do que o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) alega, o trabalho de referenciação dos CODU é permanente e resulta de uma articulação muito próxima entre o INEM, as ARS e os hospitais, revelando coordenação entre o INEM e as várias entidades no SNS. 


Em situações de elevada pressão sobre um hospital, os CODU podem, transitoriamente, desviar doentes para outras unidades de saúde, sempre em articulação com todos os hospitais envolvidos e as respetivas ARS e desde que esse procedimento não coloque em causa a segurança dos doentes. Este mecanismo, saliente-se, é transitório e apenas pode ser implementado pelos CODU quando existe capacidade dos hospitais vizinhos para absorverem esses doentes. No entanto, num momento como o que atualmente se atravessa de pressão generalizada sobre todos os SU, o desvio de ambulâncias para outros hospitais não é possível ou apenas é exequível em situações muito concretas e pontuais. 


Desde o início do ano, os CODU do INEM atenderam uma média diária de 4.300 chamadas de emergência, o que representa um acréscimo de cerca de 200 chamadas/dia face a igual período do ano anterior.


Por outro lado, os profissionais do INEM e os seus parceiros no Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), Bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), têm estado altamente empenhados na resposta a todas as situações emergentes e tem sido possível reforçar pontualmente o dispositivo de meios de socorro, através de uma articulação direta do INEM com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e a CVP. 


Atendendo ao impacto da pandemia, o INEM tem procurado ajudar a reforçar a capacidade de resposta dos Hospitais através da disponibilização de Unidades de Campanha e Estruturas de Retaguarda, com o objetivo de serem criados espaços para realização de triagem e tratamentos em ambulatório, aliviando a pressão sobre o SU, em momentos de maior afluxo de doentes aos hospitais. São exemplos as estruturas que mantém no Hospital de São João e que colocou ontem no Hospital de São Bernardo, em Setúbal. Este tipo de Unidades tinham já sido instaladas no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, no Hospital Padre Américo de Penafiel, e na cidade de Ovar.


O INEM desconhece ainda de que forma se concretizaria a criação de “equipas de reforço”, sugeridas pelo STEPH em comunicado do passado dia 16 de janeiro, tendo-se disponibilizado imediatamente para reunir com a Direção do STEPH, que respondeu que apenas terá disponibilidade para realizar essa reunião no dia 29 do corrente mês ou no dia 2 de fevereiro.


De qualquer modo, parece evidente que a principal causa para que a admissão de doentes aos SU não seja mais rápida assenta na dificuldade, generalizada, em acomodar o elevado número de doentes que necessitam de internamento hospitalar, não sendo com a criação de equipas de reforço que o INEM poderá ajudar a solucionar a eventual falta de espaço e de vagas nas unidades hospitalares.


A este propósito, o INEM não pode deixar de condenar a postura do STEPH que, num momento como o atual, procura tirar dividendos de uma das situações mais dramáticas que o nosso país alguma vez enfrentou, adotando uma postura que apenas contribui para semear a discórdia e a desconfiança sobre a atuação do INEM e dos seus parceiros do SIEM junto da população.


O INEM gostaria ainda de recordar que, nesta fase, mais do que nunca, todos os cidadãos devem contactar o Número Europeu de Emergência – 112 somente em caso de emergência, mas que podem e devem continuar a confiar no Sistema Integrado de Emergência Médica. Deverão colaborar com os profissionais do CODU para uma correta triagem de todas as situações e seguir as indicações dadas. 


Em todas as outras situações não emergentes, deverão entrar em contacto com a linha SNS24 – 808 24 24 24 – para obterem a referenciação e aconselhamento adequados. 


Por fim, o INEM gostaria de reconhecer a dedicação e entrega de todos os seus profissionais e parceiros no SIEM pelo esforço no desempenho de uma missão que é de todos.

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