Inácio Esperança, Presidente da Federação Distrital de Évora dos Bombeiros, à margem da inauguração da exposição de Aguarelas de Pardais, falou à nossa reportagem sobre as declarações de Jaime Marta Soares ao Jornal I, no passado dia 07 de setembro, relativamente à falta de equipamento nas corporações de Bombeiros espalhadas por Portugal Continental.
Questionado se as corporações de Bombeiros no Distrito de Évora também sentiam esses constrangimentos, Inácio Esperança, disse à Rádio Campanário que “ também no Distrito de Évora se verifica essa falta de equipamentos o que não se compreende. Somos a maior instituição da proteção civil, a que mais contribui com equipamentos e a que, ciclicamente, tem menos investimento do estado.”
O Presidente da Federação Distrital de Évora dos Bombeiros adianta ainda que “precisamos de uma boa política florestal e de uma boa política de ordenamento do território, aquilo que todos falam e ninguém faz.”
No que diz respeito aos equipamento existentes nos bombeiros do Distrito de Évora, Inácio Esperança diz que “ Há corporações que nem sequer têm equipamentos para todos os elementos, o que obriga a que o mesmo equipamento tenha que ser utilizado por várias pessoas. O próprio equipamento existente nem sei se está dentro da validade.”
No que diz respeito aos equipamentos obrigatórios para situações Covid, também aqui Inácio Esperança é rápido em afirmar “ somos obrigados a usá-los mas não os fornecem e quase sempre são as Associações que têm que os comprar.”
Para o Presidente da Federação Distrital de Évora dos Bombeiros os bombeiros são esquecidos em relação a outras forças.
No que diz respeito à participação de Bombeiros do distrito de Évora em ocorrências de grande dimensão, recentemente, Inácio Esperança destacou “o apoio no combate ao incêndio de Proença-a-Nova, onde estiveram presentes duas GRIF, a primeira comandada pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Redondo e a segunda, comandada pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Viçosa, tendo estado ainda presentes outras corporações, nomeadamente Évora, Estremoz, Reguengos, Redondo e Vila Viçosa.”
Por último no que diz respeito à resposta dos Bombeiros face ao novo coronavírus, o Presidente da Federação Distrital de Évora, adiantou que, sobre esta matéria, “não existem quaisquer orientações específicas assim como também não nos são entregues equipamentos.”
Segundo afirma “ o próprio Inem continua a encaminhar os Bombeiros para situações de saúde com pessoas suspeitas de Covid 19, sem que nos enviem qualquer equipamento adequado para o efeito. È atribuída uma verba de cerca de 1,50€ ou 2€ quando um equipamento custa atualmente 18,00€.”
Inácio Esperança, perante a falta de equipamentos e de orientações, realça no entanto a responsabilidade de todos os bombeiros do distrito de Évora uma vez que, até à data, “ não existe um único bombeiro do distrito infetado apesar de já termos transportado 2000 doentes covid e desses, 600 confirmaram a infeção.”
Termina valorizando a atuação da ARS do Alentejo em relação ao transporte de doentes para hemodiálise, indicando que “ esta foi a única entidade que, até hoje, deu orientações específicas para a lotação das ambulâncias assim como forneceu equipamento de proteção individual, nomeadamente máscaras e álcool gel.”
Fonte: Rádio Campanário
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