O DN falou com os peritos, meteorologistas e bombeiros, para perceber porque é que esta semana é especialmente complicada, podendo mesmo vir a ser "catastrófica" a nível dos fogos florestais.
Esta semana reúne as piores características meteorológicas para a ocorrência de fogos, a começar pelo muito calor.
Esta segunda e terça-feira registam subidas acentuadas das temperaturas e que se prolongam até ao fim da semana. No Alentejo, haverá zonas em que os termómetros ultrapassam os 40 º C. Também as temperaturas mínimas sobem até aos 20. º C, originando noites tropicais.
Rajadas de vento fortes.
Rajadas de vento no litoral e interior do país de 45 km/h nesta segunda-feira e que poderão atingir os 65 Km/h amanhã de manhã. O vento vai diminuir a partir da tarde de terça-feira.
Mudança de orientação dos ventos.
Podem acontecer, mas são fenómenos extremamente localizados, não são meteorológicos, e estão inerentes ao próprio fogo, explica uma meteorologista do Instituto Português do Mar e Atmosfera. São um grande problema para os bombeiros.
Tempo muito quente e seco.
Diminui a humidade, resultando num tempo muito quente e seco, o que faz aumentar as ignições.
Trovoadas secas
As trovoadas secas são outro fator de preocupação para os bombeiros e que explicam porque é que os relâmpagos são vistos com pavor pelas populações rurais. Ocorrem devido a descargas elétricas normalmente associadas a tempestades e eventos climatológicos de grande intensidade. Trovoadas secas, calor e vento são a conjugação que potencia os incêndios.
A impossibilidade de controlar tais condições meteorológicas.
Fernando Curto, presidente da Associação da Associação Nacional de Bombeiros, sublinha que é humanamente impossível controlar tais condições meteorológicas e podem colocar em causa a operacionalidade de agentes de socorro. Acrescenta que mais homens e meios de combate no terreno não resolvem o problema.
Estratégias de combate aos incêndios.
A organização do combate ao incêndio, segundo aquele dirigente, deve ser alterada. Em vez dos bombeiros, e outros operacionais, se deslocarem para as linhas dos fogos, devem prepara-se e e esperar pelo fogo. Construir barreiras de contenção: cortar árvores, queimar vegetação, fazer aceiros, etc.
A população também deve ajudar
A prevenção é uma forma de combate, as pessoas não devem insistir em comportamentos de risco e que são proibidos. Não fumar, fazer fogo, churrasco na floresta e em terrenos agrícolas, não fazer queimadas. Está, também, proibida, a circulação de tratores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de fagulhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés. Fernando Curto defende que a população devia ser vigilante.
Fonte: DN
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