O perigo não passou! Não estraguem tudo - VIDA DE BOMBEIRO

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quarta-feira, 3 de junho de 2020

O perigo não passou! Não estraguem tudo

Os determinantes estruturais e as condições em que as pessoas vivem são responsáveis por uma parte importante das iniquidades em saúde e pelo aumento do risco de doenças infecciosas, como a covid-19.

Pessoas que sofrem de privação socioeconómica têm maior risco de contacto com pessoas doentes, maior probabilidade de viver e trabalhar em locais sobrelotados e mal ventilados, maior risco de desnutrição, comportamentos menos saudáveis (tabagismo, abuso de álcool) e enfrentam barreiras no acesso aos cuidados de saúde que podem adiar o diagnóstico, atrasar a implementação de medidas de saúde pública e prolongar o período de contágio.

Só que a covid-19 não exige nenhum comportamento de risco e por isso toda a gente é vulnerável. Toda a gente respira ou toca na cara. Assim, apesar de haver condições que estão associadas a um maior risco de exposição e de doença, na realidade toda a gente pode ficar exposta, respirar, tocar em superfícies infetadas, tocar na cara, ficar doente e transmitir a doença aos seus contactos.

Os locais onde vivemos e trabalhamos são locais que podem ser determinantes no risco para a infeção. Não se esqueçam que a forma como socializamos tem também um impacto enorme na transmissão da covid-19. Não nos esqueçamos que os primeiros surtos na Europa ocorreram em locais de socialização. O principal risco de transmissão prende-se com a proximidade física. Que vai acontecer em todos os eventos onde haja aglomeração de pessoas.

As notícias falam de focos em bairros mais vulneráveis, no país as atenções estão focadas em Lisboa e nas áreas mais desfavorecidas. Essa imagem pode dar uma falsa sensação de segurança e claramente deu. Na Região Norte, onde vivo, há uma sensação de perigo passado. Os acrílicos das lojas estão a ser removidos, as pessoas já se atrevem dentro das lojas sem máscara e sobretudo assistem-se a concentrações de pessoas nas ruas, nas esplanadas e até em procissões. Em Lisboa, amigos convencem-se que o problema reside em bairros sociais.

Não se enganem. Nem antes o problema se circunscrevia ao Norte, estando o resto do país a salvo, nem agora o problema se centra em Lisboa e nos bairros mais vulneráveis. Enquanto houver vírus circulante, cada um de nós está em risco e coloca os seus contactos em risco.

Claro que vamos sair, almoçar fora, passear no parque, encontrarmo-nos com os amigos e a família - mas em segurança, mantendo a distância física. Aproxima-se o bom tempo, os Santos Populares, os jogos de futebol. Não estraguem tudo, mantenham a distância!

Fonte: JN

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