Um subchefe dos Bombeiros de Alfândega da Fé está agora acusado de ter ateado 18 incêndios florestais, entre maio e setembro do ano passado. O objetivo era evidenciar-se no terreno e assim progredir na carreira. Causou prejuízos de 270 mil euros.
As contas são feitas pelo Ministério Público, que especifica que perto de 75 mil euros são relativos a despesas com o dispositivo e meios de combate às chamas, custos suportados pela Autoridade Nacional da Proteção Civil.
Refere a acusação que o arguido decidiu atear fogos em terrenos florestais e agrícolas da área de responsabilidade da corporação de Alfândega da Fé em dias em que lhe fosse possível ser o comandante operacional. Usou "engenhos incendiários de combustão lenta, alguns dos quais providos de cogumelos secos, de origem vegetal, e enxofre". Depois, entrava em ação para "evidenciar-se" e "assim progredir hierarquicamente".
Foi detido pela Polícia Judiciária e está agora acusado de 18 crimes de incêndio florestal. Aguarda julgamento em prisão domiciliária, isto depois de o procurador do Ministério Público não se ter conformado com a sua libertação e suspensão de funções. "Em situações de aflição, os bombeiros adquirem, para muitos, o estatuto de anjos da guarda", escreveu a Relação de Guimarães, na decisão em que alterou a medida de coação.
Ateou fogos para ajudar corporação no combate
Marco Pereira, de 26 anos, tinha o sonho de integrar o corpo ativo dos bombeiros de Melgaço. Estagiava na corporação desde 2013, mas não tinha ainda concluído a formação.
Na terça-feira, foi detido pela Polícia Judiciária de Braga, suspeito de ser o autor de cinco fogos florestais que ocorreram em maio, perto da casa onde vive, em Parada do Monte. Estava sempre no local, pronto a ajudar os bombeiros.
O estagiário assumiu a autoria dos fogos. Fez reconstituição com a PJ, que lhe apreendeu o isqueiro usado para incendiar.
Fonte: Correio da Manhã
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