Santiago: O Menino Português de Um Ano e Meio que Venceu a Covid-19 - VIDA DE BOMBEIRO

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Santiago: O Menino Português de Um Ano e Meio que Venceu a Covid-19


O novo coronavírus já infetou mais de 22 mil pessoas em Portugal e uma delas é o pequeno Santiago, um menino com cerca de um ano e meio, que conseguiu vencer a doença. A história foi partilhada pela mãe ao final da noite de 23 de abril e deixou muitos portugueses emocionados.

“É raro mas aconteceu”, começa por dizer Catarina Sousa, que é proprietária da Oficina Zen, no Porto. Conta que, há cerca de duas semanas, estava, assim como o marido, Pedro Cunha, a recuperar dos sintomas da Covid-19.

“Tudo indicava que era a bonança após a tempestade… Mas o imprevisto aconteceu: o nosso filho Santiago começou com febre inicialmente baixa (38º, 38,5º) mas após três dias chegou quase aos 40 graus! Ben U Ron, Brufen e a febre reaparecia a cada três/quatro horas”, pode ler-se na publicação que fez no Facebook, que já tem mais de 2800 gostos, 455 comentários e 350 partilhas.

Depois de três idas às urgências da pediatria do Hospital de São João, no Porto, e respetivas avaliações do seu estado, assim como análises a o sangue, Santiago foi internado na secção de pediatria Covid-19. De acordo com Catarina Sousa, foi a primeira criança na zona norte a ser internada com a doença. Como explica na publicação, inicialmente testou negativo e só depois positivo, aproveitando para alertar para os falsos negativos.

Na noite em que descobriram o diagnóstico, foi o pai de Santiago a ficar com ele, enquanto a mãe estava em casa com a irmã. Catarina relembra aquele momento como o “mais desesperante, mais aflitivo, mais caótico”.

“No dia seguinte trocámos: o meu marido veio para casa junto da nossa linda Ema e eu fui para o internamento ao lado do meu Santi lindo! Os primeiros dias foram muito duros, muita febre, tremores, gemidos (creio que de dor no corpo). A febre era monitorizada a todas as horas do dia e da noite; tensões e saturações inúmeras vezes ao dia, raio x, TAC, análises ao sangue diárias para despistar outros vírus e bactérias. Tudo era torturante para o Santi mas tudo para o bem dele”, recorda.

“Espero que nunca venham a necessitar deste serviço de urgência mas se acontecer estão nas melhores ‘mãos’ do Mundo”
A mãe do pequeno Santiago conta, também, que as visitas não eram, claro, permitidas e que até as idas à casa de banco eram escassas. Queria evitá-las ao máximo porque a auxiliar ou enfermeira presentes teriam de vestir o fato especial e desinfetar tudo, correndo o risco de naquele processo ficarem contaminadas.

É a todos os profissionais de saúde que Catarina Sousa agradece, dizendo que foram capazes de equilibrar os dias sombrios com a luz — luz essa que corresponde à equipa médica, enfermeiros e auxiliares.

“Numa sala perto de nós estavam em permanência 24 horas/24 horas em regime de turnos: uma médica, dois enfermeiros e um auxiliar. Nos ‘bastidores’ a estudar o quadro clínico do Santiago estavam mais médicos, entre eles o pediatra dele, Dr. Henrique Soares, Dra. Eunice Trindade e Dra. Margarida Tavares.”

Garante que estiveram sempre acompanhados a todos os níveis. “Os fatos ‘assustadores’ de astronauta contrastavam com a simpatia, o carinho e o lado incrivelmente humano de toda esta equipa. Conseguiram aliar o imenso profissionalismo a momentos de descontração para cativar o Santi, e até coreografias do ‘Baby Shark’ e do ‘Panda’ fizeram e cantaram para animá-lo nas horas mais difíceis de colheita de sangue”, revela.

E a homenagem continua: “Seres Humanos que deixam todos os dias o conforto e a segurança dos seus lares, vestindo fatos protetores extremamente desconfortáveis, correndo o risco de serem infectados para nos dar SAÚDE e VIDA!”

A mãe de Santiago fez também questão de reforçar que estiveram confinados a um quarto durante seis dias, pelo que quem se queixa por estar de quarentena em casa deve começar a praticar “a gratidão”.

Porém, não se esquece que foi também nesse quarto que, seis dias de internamento depois,  teve a melhor sensação da sua vida: a de vitória e alívio. 

“Mais uma vez, num dos períodos mais desafiantes da nossa vida foi o AMOR que venceu! Mais forte que o vírus foi o AMOR! Espero que nunca venham a necessitar deste serviço de urgência mas se acontecer estão nas melhores ‘mãos’ do Mundo!”

Catarina Sousa conta ainda que o guerreiro Santiago está finalmente em casa, a recuperar bem e sem sintomas — mas com muito mimo.

Fonte: Nit.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário