INEM com Ambulância Parada Durante 24 Horas em Ovar - VIDA DE BOMBEIRO

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sábado, 28 de março de 2020

INEM com Ambulância Parada Durante 24 Horas em Ovar


A ambulância do INEM de Ovar esteve parada durante 24 horas, até esta sexta-feira de manhã, por falta de pessoal, depois de esta semana já ter estado sem trabalhar quatro tardes.

O Instituto lembra que tem operacionais infetados e em quarentena, e que a emergência médica não está em risco no concelho. Mas os técnicos de emergência pré-hospitalar falam de descoordenação e vão pedir explicações ao Governo.

Desde a manhã de quinta-feira, até ao início da manhã desta sexta-feira, a ambulância do INEM de Ovar permaneceu inoperacional. O JN apurou que desde o dia 21 de março, têm sido recorrentes as paragens do veículo. Só no sábado passado, a mesma situação verificou-se durante um dia inteiro.

Em causa está a falta de operacionais em várias escalas do INEM neste concelho que está com cercas sanitárias, decretadas pelo Governo já há mais de uma semana. Apesar de os bombeiros locais poderem ser ativados, a verdade é que ainda esta semana foi a ambulância do INEM de Vila Nova de Gaia que acabou por ter de responder a um pedido, tendo levado cerca de 20 minutos a chegar ao local, disseram fontes autárquicas locais ao JN.

Amanhã, sábado, o cenário vai repetir-se de manhã. E na segunda-feira, de manhã e à noite.

O INEM referiu que "tem profissionais infetados com Covid-19 e profissionais em isolamento profilático". "Apesar destes fatores condicionarem o preenchimento de escalas de trabalho, a escala da Ambulância de Emergência Médica de Ovar apresenta 83% dos turnos de março preenchidos, e destes, alguns ainda podem vir a ser preenchidos dado o caráter dinâmico das escalas de trabalho num momento de emergência como aquele que atravessamos", explicou fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica.

"O Sistema Integrado de Emergência Médica é complementar e redundante. Assim, caso haja inoperacionalidade de um determinado meio de emergência, o socorro é prestado pelo meio de emergência que se encontre mais próximo e disponível e garanta o mesmo nível de cuidados, nunca comprometendo a assistência a quem precisa", referiu ainda o INEM, cuja explicação é contestada pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH).

O presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, admitiu, ao JN, sentir "no terreno uma grande desarticulação no INEM, na Linha SNS24 e nos serviços de saúde". "Valha-nos os nossos bombeiros, de Esmoriz e de Ovar", lamentou o autarca.

Explicações ao Governo

"Há duas situações questionáveis: por um lado não foi pedida a disponibilidade a ninguém, a ver se podia fazer os turnos; outra é que podiam ter deslocado uma outra equipa ou ambulância para lá [Ovar], dado estar o município em calamidade", apontou, ao JN, Rui Lázaro, do STEPH, garantindo que "não há nenhum infetado na equipa de Ovar".

Segundo o dirigente sindical, "estando o país em situação de emergência nacional, os profissionais de saúde podem ser requisitados. No limite o INEM pode escalar quem quiser sem limites ao trabalho extraordinário e não o fez no caso de Ovar".

"O INEM não o ter feito e ter permitido que num município em calamidade a sua ambulância permanecesse fechada é grave, e vamos pedir explicações ao Conselho Diretivo e à Secretaria de Estado da Saúde", admitiu Rui Lázaro.

Carlos Silva, diretor da Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar (SPEH), que admitiu conhecer a situação já há várias semanas, critica duramente este cenário: "num momento em que se exige ao sistema saber agir de forma ágil e eficaz, já para nem falar em ativar corretamente os seus meios mais apropriados para determinada situação, é inconcebível que o INEM deixe um concelho debaixo da calamidade, que todos sabemos que está a viver, com uma ambulância parada 24 horas".

"Claro que há bombeiros locais, que poderão fazer e fazem o melhor que podem o seu trabalho. Mas, quando estes não podem ou o serviço não deve ser feito pelos bombeiros, se há uma ambulância INEM e estamos numa situação de pandemia, admite-se que estejamos à espera que venha uma outra ambulância do INEM distante de Ovar e leve tanto tempo a chegar?", questionou Carlos Silva.

Fonte: JN

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