O DECIR e as Irregularidades dos ECINs - VIDA DE BOMBEIRO

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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

O DECIR e as Irregularidades dos ECINs


A fase do DECIR ainda está longe, contudo ao longo destes últimos tempos foi-nos chegando variada informação de todos os pontos do país, informação essa que muito sinceramente já não nos admira em nada, pois sabemos muito bem o que se vai passando ao longo destes meses de verão nos corpos de bombeiros.

Sabemos que não vos vamos contar novidade nenhuma, mas contudo decidimos correr o risco de partilhar o que sabemos.

Como quase todos os envolvidos nos bombeiros portugueses, todos nós sabemos das ilegalidades e irregularidades que se vão cometendo ao longo destes meses de verão em que por norma os corpos de bombeiros têm nos seus quartéis uma ou mais equipas de cinco elementos cada para combate a incêndios florestais.

O mais preocupante de tudo isto é que o primeiro órgão a cometer ilegalidades é o próprio governo, e a exemplo disso mesmo, é o caso dos Kamov avariados à imenso tempo, e com mais um ano a começar, esses mesmos Kamov continuam no estaleiro aguardar reparação. Numa simples palavra, VERGONHOSO.

Passando a bola novamente para os corpos de bombeiros, vemos um pouco de tudo por esses quartéis fora, desde veículos avariados durante longos meses à espera da época de verão para se conseguir verbas para o arranjo, rebentamentos de pneus fictícios para se poder colocar pneus novos nos veículos de combate a incêndios, quantidades exorbitantes de supostas mangueiras queimadas em incêndios, um verdadeiro carrossel de ilegalidades, umas atrás das outras.

Mas alguns de vocês devem-se estar a perguntar; "mas afinal o que há aqui de novo?", pois bem eu digo-vos, basicamente não há nada de novo, porque todos nós sabemos que infelizmente alguns corpos de bombeiros precisam mesmo destas ilegalidades para sobreviver, e isto sim meus caros amigos é grave, muito grave. É simplesmente vergonhoso dependermos de despesas em incêndios florestais para se poder colocar veículos operacionais, mas infelizmente esta é a realidade, e em alguns casos se assim não fosse, alguns corpos de bombeiros já teriam fechado as portas.

Continuamos sem ninguém que nos defenda verdadeiramente, que lute ao nosso lado pelas condições que merecemos, que continue a combater pelos direitos que temos, ou pelo menos deveríamos ter.

Infelizmente quem deveria fazer isto e muito mais, está mais preocupado em retirar os ECIN a quem tem elementos em formação, sim aconteceu  num corpo de bombeiros, quando dois elementos da equipa de ECIN estavam em formação de TAT a 30 metros do quartel, altura que o senhor comandante distrital  visitou aquele CB e deparou que faltavam esses dois elementos, decidiu suspender imediatamente o ECIN daquele corpo de bombeiros, mas à que salientar que essa mesma formação foi autorizada e validada para os elementos em questão pelo mesmo senhor comandante distrital, estando desta forma autorizados a ausentar-se.

Então e agora eu pergunto, não será mais grave os elementos dos ECIN andarem a transportar doentes clínicos, não será mais grave andarem a fazer retornos dos hospitais para casa dos doentes, não será mais grave andarem a fazer abastecimentos de piscinas a privados, será que tudo isto e muito mais não será mais grave do que estarem a adquirir formação??? Se calhar somos nós que estamos enganados!!!

Meus amigos, uma equipa de ECIN como dizem as siglas, é uma "Equipa de Combate a Incêndios Florestais" e não uma equipa de transportes clínicos, isto sim senhores comandantes distritais vocês devem  inspeccionar.

Nos últimos tempos, foram muitas as situações que nos foram chegando de irregularidades nas equipas de ECIN, mas como é óbvio, tentamos fazer uma analise cuidada ao que nos foi chegando e chegamos à conclusão que poderíamos  escrever o que acabamos de vos escrever. 

Não queremos criar problemas a ninguém nem com ninguém, mas existem certas coisas que custam muito ver acontecer, e por incrível que pareça, sempre aconteceram e assim vai continuar.

Ainda estamos longe da época de incêndios, mas como os incêndios não escolhem época, deixamos aqui o nosso apelo a que tenham sempre a segurança em primeiro lugar.

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