Falhas nos Hélis do INEM Comprometem Socorro - VIDA DE BOMBEIRO

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terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Falhas nos Hélis do INEM Comprometem Socorro


O socorro prestado pelo helicóptero ao serviço do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), sediado em Évora, tem estado comprometido nos últimos tempos. Em causa estão não só avarias constantes na aeronave, mas também o facto de os dois pilotos e o mecânico, pertencentes à tripulação, dormirem num hotel, no centro histórico da cidade - a cerca de seis quilómetros do Aeródromo Municipal. Médico e enfermeiro dormem no hangar.

Segundo a tripulação, a separação faz com que o prazo de cinco minutos para responder à ocorrência, estabelecido no contrato entre a Babcock - empresa operadora dos helicópteros no dispositivo de Emergência Médica em Portugal - e o INEM, seja muitas vezes ultrapassado, ainda que o cronómetro só comece a contar a partir do momento em que o comandante aceita a missão.

"Tem sido absolutamente impossível cumprir este tempo. Mesmo sem qualquer trânsito, eles [pilotos e mecânico] ainda demoram cerca de 10 minutos a chegar à base. Quando o héli é acionado é porque é preciso. Há pessoas que precisam de ser transportadas imediatamente", lamenta um membro, acrescentando: "é inadmissível que um comandante demore 10 minutos a aceitar uma missão".

O incumprimento do contrato, por parte da Babcock, já terá sido denunciado ao INEM, o que valeu à multinacional, segundo apurou o CM, penalizações de milhares de euros.

Confrontada pelo CM sobre a separação da tripulação, a empresa esclarece que "a base de Évora não reúne condições para dar cumprimento aos requisitos de alojamento noturno adequado exigidos pela regulamentação em vigor". Uma informação confirmada também pelo INEM, mas contrariada pelos próprios membros da tripulação. "O hangar é grande, tem quartos e casas de banho e é tudo limpo diariamente", conta. Sobre as coimas aplicadas, a Babcock "não comenta". Já o INEM garante notificar a empresa sempre que é identificado qualquer incumprimento.

Avaria em choque mortal
Beatriz Morganho 22 anos morreu a 9 de dezembro, na sequência de um violento acidente no sentido sul-norte do IC1, em Ourique. Terá saído da faixa de rodagem e colidiu frontalmente com um carro que seguia na direção oposta.

A jovem entrou em paragem cardiorrespiratória, foi assistida no local e transportada para o Serviço de Urgência Básica de Castro Verde, onde veio a ser declarado o óbito. Para o acidente foi mobilizado o héli do INEM estacionado em Loulé, mas este avariou a caminho do local e não chegou a prestar socorro. No dia seguinte, de manhã, a aeronave já estava operacional, segundo confirmou ao CM o INEM.

A população local não se conformou com o sucedido e reclamou a existência de um segundo héli para casos semelhantes, que envolvam situações de vida ou de morte.

Falta de condições desvia helicóptero para Viseu
A falta de condições para operações de emergência médica no heliporto de Santa Comba Dão (SCD) obrigou o INEM a transferir o héli para o aeródromo de Viseu no final de outubro.

Em causa está o facto de o heliporto de SCD apenas reunir condições "para ser detentor de uma autorização para fins de proteção civil, que não pode incluir as operações de emergência médica", pode ler-se no comunicado do INEM. A decisão foi tomada pela Autoridade Nacional da Aviação Civil e comunicada à Babcock.

Fonte: Correio da Manhã

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