Quem o diz é presidente da APROSOC | Associação de Proteção e Socorro em comunicado enviado à comunicação social.
Os técnicos a ser contratados serão cerca de 1/3 do que o INEM necessita de momento para operacionalizar todos os seus meios e centrais de emergência médica, sem recurso ao trabalho extraordinário que custa aos contribuintes mais de 3Milhões de euros por ano, a menos que reestruturasse a sua rede de meios através do aumento de parcerias com os agentes de proteção civil.
A situação tende a complicar-se nos próximos meses com a expectável saída de mais colaboradores do INEM devido à falta de condições de trabalho. A falta de condições das bases, a baixa remuneração, a falta de seguros adequados e proteção social face ao risco, não são atrativos para os técnicos do INEM.
Os sindicatos representantes dos trabalhadores do INEM alertaram também neste sentido, mas para a APROSOC – Associação de Proteção e Socorro, a preocupação central prende-se não só com o período de férias, bem como com o período de Natal, em que habitualmente já se verificam aumentos dos tempos de espera no atendimento das chamadas e atrasos inaceitáveis no socorro.
É convicção da APROSOC que o INEM atingiu uma situação insustentável, e que está em causa o socorro à população, pelo que apelamos aos grupos parlamentares da Assembleia da República a uma intervenção urgente, no sentido da contratação dos cerca de 600 técnicos que faltam no INEM, ou reestruturação da rede de meios que não comprometa ainda mais o socorro nas regiões do interior de Portugal, embora se faça já sentir também nos grandes centros urbanos.
Dizer ainda que, o alargamento do Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa (PNDAE), aos órgãos de soberania, é a assunção da incapacidade de resposta do sistema, que corrobora a convicção da APROSOC, já que privilegia um grupo da sociedade em detrimento dos comuns cidadãos a quem o socorro continuará a não chegar atempadamente. Recorde-se que continuam a morrer jovens em escolas e recintos desportivos escolares e outros, onde o PNDAE não chega, para chegar aos “cidadãos de 1ª”, facto que cremos constituir uma inversão de prioridades altamente discriminatória, e que fere os mais elementares direitos constitucionais.
A APROSOC fica ainda siderada com a desfaçatez de o INEM, ao ter exposto na cerimónia de anúncio do protocolo de alargamento do PNDAE aos órgãos de soberania, os equipamentos da marca que há cerca de duas décadas tem o monopólio dos equipamentos de desfibrilhação no INEM, antes ainda disfarçavam, agora já se faz sem qualquer pudor.
João Paulo Saraiva
Presidente da Direção
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