Bombeiro Arrisca 20 Anos de Prisão por Resgatar Migrantes no Mediterrâneo - VIDA DE BOMBEIRO

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quarta-feira, 6 de março de 2019

Bombeiro Arrisca 20 Anos de Prisão por Resgatar Migrantes no Mediterrâneo


O bombeiro espanhol Miguel Roldán Espinosa, de 32 anos, participou numa missão em 2017 para ajudar migrantes na costa da Líbia. "O nosso barco e as nossas mãos salvaram cinco mil pessoas condenadas ao fracasso", disse o jovem de Málaga. No entanto, está a ser investigado por um suposto crime de tráfico humano.

A Justiça italiana abriu uma investigação contra dez dos voluntários da missão da Organização Não Governamental (ONG) alemã Jugend Rettet, por suspeita de tráfico de seres humanos, que pode valer penas de prisão até 20 anos de prisão.

"Durante a missão não tivemos nenhum problema e ninguém nos avisou sobre possíveis irregularidades ", assegurou Miguel Roldán Espinosa, citado pelo jornal espanhol "Público", explicando que todas as ações foram regulamentadas pelo Centro de Controlo em Roma.

"Tudo foi feito sob as ordens de Roma. Se eles dissessem não, nada poderia ser feito. Na verdade, tivemos que enfrentar situações difíceis, como ver a morte de pessoas por causa do tempo de espera ", lamentou o bombeiro de Málaga.

"Depois da missão, disseram que estamos sob investigação judicial. Não sabemos o motivo, o que é que fizemos de errado para estar nesta situação", disse Miguel, referindo que todo o processo está a ser realizado com "sigilo e secretismo".

"O Mundo está ao contrário, onde o mal é prevalecido e o bem é castigado", criticou o bombeiro.

"Não sei até onde é que isto vai, embora saiba qual o propósito, que é acabar com as ONGs no Mediterrâneo e isso está a acontecer", acusou. "Não sei se querem continuar com a mentira, levá-la até o fim e colocar-me na prisão. Não faz sentido. É irreal".

Roldán, juntamente com os outros nove voluntários investigados, participa numa plataforma paralela à ONG, chamada "Solidarity at sea" ("Solidariedade no mar"), para angariar fundos para combater o processo judicial.

Só um escritório de advocacia na Itália ronda os 150 mil euros e o processo, segundo estimativas, pode chegar aos 500 mil euros. "A única coisa que posso dizer é que a Europa e Espanha não sabem o que está a acontecer, não estamos cientes do massacre nas costas da Líbia, onde muitas pessoas estão a morrer e ninguém sabe".

Fonte: JN

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