Francisco Castro Rego, que preside ao Observatório Técnico Independente para os incêndios, diz que há um “sentimento geral de frustração” entre os especialistas que fazem parte deste organismo e que a recente aprovação dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal é “uma oportunidade perdida”.
Dois meses depois de ter alertado o Governo para o caminho que o Ministério da Agricultura estava a seguir ao aceitar Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) que “parecem ignorar as lições dos incêndios florestais ocorridos em 2017”, o Observatório Técnico Independente (OTI) volta a criticar a atuação do Executivo. Numa nota informativa entregue a 18 de fevereiro na Assembleia da República, o Observatório condena a recente aprovação dos PROF. No entender deste órgão consultivo — criado pela AR para avaliar as medidas adotadas para a gestão de incêndios em Portugal — está-se perante “uma oportunidade perdida”, já que os planos aprovados “negligenciam a oportunidade de redefinir a floresta” para que esta seja mais resiliente aos incêndios.
“Quando fizemos os alertas em dezembro, achámos que havia espaço para corrigirem o que estava mal, mas isso não aconteceu”, lamenta o presidente do Observatório. Francisco Castro Rego acusa o Governo de “autismo” e condena o “acentuar de desequilíbrios” na floresta portuguesa. Este especialista em floresta e ecologia do fogo lembra que as recomendações feitas vêm no seguimento das que já tinham sido assinaladas para o ordenamento florestal pela Comissão Técnica Independente, de que também fez parte. “Há um sentimento geral de frustração” entre os especialistas, confessa Castro Rego. E lastima esta situação, que considera “preocupante” e que, em seu entender, dá ao OTI “uma sensação de inutilidade”.
Fonte: Expresso
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