Marco Martins, entrevistado pela TSF, sublinha ainda que esta a situação pode levar ao envio de meios em excesso para uma ocorrência ou, pelo contrário, de meios insuficientes.
O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto alerta para o que pode acontecer se os bombeiros bloquearem a comunicação das ocorrências à Proteção Civil. Marco Martins, entrevistado pela TSF, sublinha que esta é uma "questão grave" que pode levar ao envio de meios em excesso para uma ocorrência ou, pelo contrário, de meios insuficientes e que pode traduzir-se num corte do financiamento dos corpos de bombeiros.
"O que pode acontecer no limite é o CDOS (Comando Distrital de Operações de Socorro) passar a saída ao corpo de bombeiros e o corpo de bombeiros não comunicar a saída e ninguém sabe se, de facto, foi ou não feito esse despacho de meios para a situação. Depois ninguém controla e, assim sendo, é, de facto, uma questão grave."
Marco Martins, que é também Presidente da Câmara de Gondomar, garante que em muitas corporações de bombeiros, no entanto, a questão nem se põe, porque o registo de saídas é feito por meios informáticos.
Ainda assim, assegura que 43 das 45 corporações do distrito do Porto não aderiram a este boicote, por uma questão de responsabilidade, mas também porque pode ser prejudicial aos próprios bombeiros voluntários que podem sofrer cortes no financiamento e problemas com o seguro.
"Se há um acidente com um bombeiro ou com uma viatura e se a ocorrência não está registada e não tem um número atribuído pela Autoridade Nacional de Proteção Civil através do respetivo CDOS, o seguro depois não assume. O financiamento dos corpos de bombeiros também é feito de acordo com o número de saídas, seja o chamado PPC, que é o Programa Permanente de Cooperação que a autoridade paga, seja, em muitos casos, o subsídio do município. Portanto, se não houver ocorrência registada depois não há forma de pagar esse subsídio."
Fonte: TSF
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