O Comandante Operacional Distrital (CODIS) de Viana do Castelo apelou, esta quarta-feira, à população para ter "cuidados redobrados" na realização de queimas após duas mortes, na terça-feira, no concelho de Arcos de Valdevez.
"Duas mortes num só dia é muito preocupante. É preciso redobrar os cuidados quando se procede à queima de sobrantes. As pessoas não devem facilitar nas condições de segurança", alertou o comandante distrital, Marco Domingues.
O responsável pela proteção civil no distrito de Viana do Castelo sublinhou que "deve ser cortada toda a vegetação existente na envolvente do local onde vai ser realizada a queima, para evitar a propagação do fogo pelas ervas secas, e que deve existir, sempre, água por perto".
Outra das medidas de prevenção que devem ser tomadas, adiantou Marco Domingues, passa por "notificar as autoridades".
"As pessoas devem ligar via 117 para o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo, para o serviço municipal de proteção civil e para a corporação de bombeiros do concelho onde residem, dizendo onde e quando vão fazer a queima", realçou.
O apelo de Marco Domingues surgiu na sequência das mortes de duas mulheres, uma de 85 e outra de 71 anos, ocorridas, na terça-feira, em Arcos de Valdevez, relacionadas com queimas, permitidas desde o dia 16.
Na terça-feira, cerca das 21 horas, em Vilela de Grade, na União de Freguesia de Grade e Carralcova, foi encontrada "sem vida e com queimaduras no corpo" uma mulher de 71 anos.
Segundo fonte do Comando Territorial da GNR de Viana do Castelo, o alerta foi dado por "uma vizinha da mulher que já não a via desde domingo".
"A senhora, com problemas de saúde, foi encontrada num terreno contíguo à casa onde habitava, sozinha, com algumas queimaduras no corpo, e onde estaria a fazer queima de sobrantes", especificou.
"As pessoas com uma certa idade não devem fazer queimas. Duas mortes num só dia. É muito preocupante", referiu a fonte da GNR.
Ainda na terça-feira, cerca das 12:16, outra mulher de 85 anos morreu na sequência de uma queima no lugar de Paredes, Padroso, naquele concelho do Alto Minho.
Segundo o comandante dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez, Filipe Guimarães, a mulher morreu quando fazia uma queimada em terrenos agrícolas de que era proprietária.
Na altura, em declarações à agência Lusa, Filipe Guimarães adiantou que, quando os bombeiros chegaram ao local, a mulher, que vivia sozinha, encontrava-se caída em paragem cardiorrespiratória e com parte do corpo queimada.
"Foram iniciadas manobras de reanimação, mas sem sucesso", declarou.
Hoje, através das redes sociais, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez referiu que terça-feira foi "um triste e muito negro" para o concelho e lançando o apelo: "Muita atenção porque o fogo mata. Não há necessidade destas coisas".
Fonte: JN
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