"Fortes Reativações" Marcam Quinto Dia de Incêndio em Monchique - VIDA DE BOMBEIRO

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terça-feira, 7 de agosto de 2018

"Fortes Reativações" Marcam Quinto Dia de Incêndio em Monchique


O quinto dia consecutivo do incêndio em Monchique, que se alastrou aos concelhos de Silves e de Portimão, no distrito de Faro, ficou marcado por "fortes reativações".

"Regista-se em todo o perímetro fortes reativações que, associadas à intensidade do vento, tomam de imediato grandes proporções", continuava a informar a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), no "site" oficial na Internet, às 17.45 horas desta terça-feira.

Nesta altura, eram 1218 os operacionais no combate ao fogo, auxiliados por 363 meios terrestres e 14 meios aéreos, dos quais três aviões "Canadair" espanhóis.

A lavrar na zona do barlavento algarvio, o incêndio deflagrou cerca das 13.30 horas de sexta-feira, na localidade de Perna da Negra, no concelho de Monchique, e queimou já 17400 hectares nestes cinco dias, de acordo com o sistema de emergência da União Europeia.

Desde sexta-feira, foram assistidas neste fogo florestal 79 pessoas e registados 30 feridos, um dos quais em estado grave.

Na última noite, o incêndio em Monchique obrigou à deslocalização de mais de 250 pessoas das zonas afetadas, número que terá subido com a evacuação durante o dia de hoje de localidades dos concelhos de Silves e de Portimão.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) apelou à população, sobretudo à do concelho de Monchique, para que obedeçam às indicações e orientações das autoridades em caso de evacuação, devido aos incêndios.

De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Monchique, Rui André, há várias casas de primeira habitação destruídas pelo fogo. Apesar de não ter sido feita ainda uma contabilização oficial, o autarca apontou para mais de duas dezenas de casas consumidas pelas chamas.

Num ponto de situação feito esta manhã na vila de Monchique, o comandante operacional distrital, Vítor Vaz Pinto, afirmou que "a previsão meteorológica vai continuar desfavorável", com vento intenso, que dificulta a atuação dos meios aéreos, e temperaturas a rondar os 35 graus durante o dia. Ainda assim, haverá uma subida da humidade relativa.

A partir desta terça-feira, o combate ao incêndio de Monchique passou a ter um "nível nacional de coordenação" sob a alçada do Comando Nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil, anunciou o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, numa conferência de imprensa na sede da ANPC, em Carnaxide (Oeiras, distrito de Lisboa).

O Ministério Público (MP) e a Polícia Judiciária (PJ) estão a investigar o incêndio para "determinar as suas causas e o seu eventual enquadramento legal", referiu a Procuradoria-Geral da República, em resposta ao JN.

Este incêndio provocou danos em pelo menos 40 quilómetros de linha da EDP, permanecendo, ao final da tarde, cinco localidades no concelho de Monchique sem abastecimento de energia elétrica.

Segundo a diretora de comunicação da EDP Distribuição, Fernanda Bonifácio, mais de 30 quilómetros de linha de baixa tensão ficaram danificados e outros cerca de 10 quilómetros de linha de média tensão foram igualmente afetados pelo fogo na zona de Monchique.

Várias localidades na serra de Monchique estão também sem telecomunicações móveis, estando as operadoras a aguardar autorização da Proteção Civil para intervir no terreno e restabelecer a totalidade das comunicações, afirmaram hoje as empresas NOS, Vodafone e Altice Portugal.

Fonte da Altice Portugal informou, ainda, que se "mantém atenta à operacionalidade da rede SIRESP" (utilizada pelas forças de segurança e socorro), que "até ao momento se encontra operacional e sem falhas relevantes".

O coordenador do estudo que apontava Monchique como o concelho do país com maior risco de incêndio este ano disse hoje que "ninguém tomou grandes medidas de limpeza da floresta" nesta área, que desde 2003 estava a acumular vegetação.

"Nem o Governo, nem os proprietários, nem ninguém tomou, propriamente, grandes medidas de limpeza da floresta em Monchique", disse à agência Lusa José Miguel Cardoso Pereira, investigador no Centro de Estudos Florestais (CEF) do Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa.

Fonte: JN

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