Numero de Vitimas na Grécia Sobe para 81 Mortos e mais de 100 Feridos Graves - VIDA DE BOMBEIRO

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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Numero de Vitimas na Grécia Sobe para 81 Mortos e mais de 100 Feridos Graves


Estado de emergência e três dias de luto na Grécia, após diversos incêndios terem causado pelo menos 81 mortos e mais de cem feridos, alguns em estado crítico.

O JN confirmou junto das autoridades gregas que o número de vítimas mortais dos incêndios na Grécia subiu para 80. Mas o balanço não é definitivo, uma vez que os serviços de emergência continuam a receber telefonemas a alertar para o desaparecimento de pessoas. Há mais de 100 desaparecidos e 187 feridos confirmados, estando pelo menos 11 em estado crítico. Entre os feridos, há 23 crianças, 12 delas que já receberam alta dos hospitais. Acredita-se que uma das vítimas mais jovens é um bebé de seis meses que morreu por inalação de fumo.

As autoridades encontram-se a verificar as 1500 casas na região.

De acordo com a CNN, 71 adultos e 11 crianças estavam hospitalizadas, disse Stavroula Malliri, porta-voz da Brigada Nacional de Incêndio da Grécia. Cerca de 715 pessoas foram retiradas em segurança, principalmente da estância balnear de Mati.

Cerca de 500 bombeiros enfrentaram os cinco grandes incêndios ativos em diferentes partes do país. A busca por pessoas desaparecidas foi realizada com o apoio de grupos de patrulha, constituídos por 130 pessoas das Forças Armadas e do Corpo de Bombeiros nas áreas de Neos Voutzas, Mati e Rafina.

Segundo as autoridades polacas, uma mulher polaca e o filho afogaram-se quando o barco onde seguiam com outras oito pessoas se virou.

Janusz Smigielski, responsável do operador turístico Grecos em Poznan, adiantou que 435 clientes que estavam na região de Atenas foram transferidos para zonas mais seguras.

Até ao momento, não há registo de portugueses entre as vítimas ou desaparecidos.

Vítimas encurraladas pelas chamas enquanto tentavam fugir

Todas as vítimas foram encontradas entre o porto de Rafina, a cerca de 30 quilómetros de Atenas, e Nea Makri, cerca de dez quilómetros mais a norte. As vítimas estavam em casa ou em carros. Outras pessoas tentaram fugir do fogo atirando-se ao mar, mas algumas acabaram por morrer afogadas.

Um porta-voz da Cruz Vermelha disse à rede de televisão pública ERT que, depois de terem sido encontrados 24 corpos na segunda-feira, os bombeiros descobriram esta terça-feira um outro grupo de 26 pessoas, que morreram abraçadas, num campo localizado na pequena cidade de Mati.

A guarda costeira grega disse que corpos de quatro pessoas foram retirados do mar perto de Mati. No total, a guarda costeira e outras embarcações resgataram 696 pessoas que fugiram para as praias. Barcos tiraram outras 19 pessoas do mar. Foram encontrados dois turistas dinamarqueses num barco na costa de Rafina. Outras oito pessoas do grupo ainda estavam desaparecidas.

Grécia pediu apoio internacional

As operações de combate aos incêndios prosseguiram durante a noite, mas foram prejudicadas por fortes ventos. O Governo grego já desbloqueou uma verba de 20 milhões de euros, procedente do Programa de Investimento Público, destinada à ajuda imediata e a cobrir as necessidades das zonas mais afetadas.

Depois de as autoridades terem declarado o estado de emergência e solicitado ajuda internacional, o porta-voz do Governo, Dimitris Tzanakopoulos, anunciou que aviões de combate aos incêndios chegarão esta terça-feira de Espanha, bem como voluntários do Chipre.

Também Portugal anunciou que vai enviar 50 elementos da força especial de bombeiros, que vão partir para a Grécia entre esta terça e quarta-feira.

Fogos transformaram paraíso em destruição total

Segundo o prefeito de Rafina, Evánguelos Burnús, pelo menos 500 casas e 200 veículos foram danificados em maior ou menor grau pelas chamas.

A aldeia costeira de Mati, a este de Atenas, ficou reduzida a cinzas durante a noite desta segunda-feira. Muitas das residências em Mati estavam rodeadas de grandes árvores, altamente inflamáveis. Vários populares afirmam também ter ouvido o som de explosões das botijas de gás, presentes em muitas das habitações.

Três dias de luto pelas vítimas dos incêndios

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou três dias de luto pelas vítimas dos incêndios que estão a atingir a costa nordeste de Atenas e prometeu que "ninguém ficará sem ajuda".

Tsipras assinalou que o que conta nestes momentos são as vidas humanas e mobilizar todas as forças para salvar o que pode ser salvo. "Ninguém ficará sem ajuda, ninguém ficará sem respostas", prometeu Tsipras, que evitou entrar em especulações sobre os motivos dos incêndios.

O Ministério Público já iniciou as primeiras investigações para determinar as causas dos incêndios que, segundo suspeitam membros do Governo, poderiam ser intencionais ou pelo menos provocados por condutas negligentes.

Ação de autoridades criticada pelos sobreviventes

Críticas à operação de resgate aumentaram na terça-feira, quando locais alegaram que as autoridades subestimaram a ferocidade dos incêndios e se concentraram nas chamas em Kineta.

Uma moradora, identificada como Christina, disse que as pessoas morreram desnecessariamente porque as autoridades estavam mal organizadas. "Não havia plano. Nem uma gota de água foi lançada nas chamas. É por isso que as pessoas morreram carbonizadas. Ninguém foi informado por ninguém", disse a mulher, que escapou por pouco das chamas.

"Houve tempo, mas não havia plano. Nem mesmo um plano de fuga. Nós fomos salvos por um fio de cabelo", rematou Christina.

Chuva prevista em Atenas nos próximos dias pode não ser bom sinal

Há pelo menos 30% de probabilidade de ocorrência de precipitação na previsão meteorológica para Atenas esta semana, sendo quinta-feira o dia mais provável para a chuva.

Mas isso não é necessariamente uma boa notícia, de acordo com a CNN. Essas tempestades produzirão muita chuva, podendo até tornar os esforços de combate aos incêndios mais difíceis, com o aumento dos ventos, bem como com a variação da direção dos mesmos.

Pilhagens registadas durante a madrugada

"Foram avistados grandes camiões que chegaram à zona de Mati prontos para levar material das casas afetadas pelos fogos", disse, ao JN, fonte da polícia local.

As autoridades já reforçaram a segurança na zona para evitar que a situação se repita.

Incêndios na Grécia são os mais mortíferos do século

Os incêndios que afetam os arredores de Atenas trazem à lembrança o horror dos incêndios em Portugal. Os violentos incêndios, que até ao momento fizeram pelo menos 74 mortos, são dos mais mortíferos na Europa desde o princípio do século, a par dos que se registaram em Portugal, em 2017, e na Grécia, em 2007.

Durante o século XX, um dos incêndios mais graves na Europa ocorreu em 1949 em França.

Fonte: JN

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