"Na maior parte dos casos, os fogos não se combatem com água", avisa especialista - VIDA DE BOMBEIRO

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terça-feira, 15 de maio de 2018

"Na maior parte dos casos, os fogos não se combatem com água", avisa especialista


Perante um número tão elevado de reacendimentos, podemos dizer que os portugueses não sabem apagar fogos?

Não sabemos talvez fazer rescaldos. E, depois, combater fogos tem muito que se lhe diga. Por norma, as pessoas pensam que é com água. Ora, na maior parte dos casos, os fogos não se combatem com água. Combatem-se com "bulldozers", fazendo quebra fogos, e até com fogo também. Aliás, há um grande receio de se usar o fogo, mas muitas vezes o fogo combate-se com fogo. Contudo, considero que a estratégia mais eficaz de combate aos fogos é a prevenção, é a gestão de combustíveis antes de eles acontecerem. E, isso, inclui também as ignições.

Quando somos, senão o único neste momento, um dos poucos países a reportar este fenómeno, será que são os outros países que incluem os reacendimentos numa outra categoria ou então o que se passa com o nosso sistema de combate?

Claro que também pode haver um problema de como é que os países estão a reportar. Mas, em Portugal, penso que pode ser falta de formação em rescaldo. Assim como um sinal de que o sistema de combate está sobrecarregado e não consegue dar resposta: porque, ainda agora estava neste fogo e já está a ir para um outro. Acho que há uma combinação de problemas, em que se pode incluir talvez a falta de formação de como se faz um rescaldo. Ou, simplesmente, porque não há meios.

Este cenário acaba por colocar sobre os bombeiros um grande ónus. Mas como mudar então hábitos tão arreigados nesta enorme força que são os bombeiros, principalmente voluntários?

O trabalho realizado pelos bombeiros voluntários é importantíssimo. Considero até que deveria ser mais valorizado pela sociedade em geral o trabalho cívico que desenvolvem. Mas, penso que se deveria investir mais na profissionalização dos bombeiros, de modo que possuíssem uma carreira.

Aplicar aos bombeiros o modelo do GIPS (Grupo de Intervenção Proteção e Socorro) da GNR?

O GIPS é um bom modelo. Mas não é necessário serem todos GIPS. Há que pegar no modelo e estabelecer uma carreira, porque não existe. É-se bombeiro profissional e dali não se sairá. Esses bombeiros, que no verão combatem fogos, fora da época de incêndios poderiam fazer a limpeza e redução de combustível.

JN

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