Nota-se o esforço e determinação de Eduardo Cabrita em colocar no terreno os meios que permitam evitar a repetição da tragédia dos fogos.
À pressão política e mediática, o ministro tem procurado responder, de imediato, à altura do desafio. Mas, mesmo considerando que não se pode resolver num ano aquilo que não se fez em cinquenta, o futuro é preocupante, tantos os obstáculos e cortinas de fumo que surgem diariamente no horizonte, à medida que se aproxima a guerra do fogo.
Da demissão do comandante da Proteção Civil ao horário de funcionário público das Equipas de Intervenção Permanente, passando pela falta de equipamento e viaturas dos Grupos de Intervenção de Proteção e Socorro, fica a ideia de um País que continua impreparado para enfrentar o inferno à solta. E quando é o próprio Presidente da República a temer o pior – só assim se entende o aviso deixado a Costa –, então é mesmo de temer o pior.
Regra geral, o poder comunica mal ou não comunica quando se trata de matéria incómoda. Mas, neste caso, impõe-se que Costa ou Cabrita digam o que se passa, de uma forma clara e objetiva e o mais breve possível. É sempre preferível o caminho das pedras ao caminho das trevas.
Paulo João Santos in Correio da manhã
Sem comentários:
Enviar um comentário