Rede SIRESP esteve indisponível 9.000 horas em 2017 - VIDA DE BOMBEIRO

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quinta-feira, 5 de abril de 2018

Rede SIRESP esteve indisponível 9.000 horas em 2017


O ministro da Administração Interna adiantou, esta quarta-feira, no parlamento que o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) esteve indisponível 9.000 horas em 2017. A conta corresponde ao somatório da indisponibilidade das várias antenas.

O levantamento que foi feito aponta para 9.000 horas de indisponibilidade da rede SIRESP em 2017, e daí tiremos sem demagogias as responsabilidades necessárias”, disse Eduardo Cabrita, durante a interpelação do CDS ao Governo sobre a “preparação da próxima época de incêndios”.

O ministro deu conta de que estão a ser instaladas 451 antenas nas áreas consideradas de maior risco de incêndio, tendo sido já adquiridas as unidades móveis que vão integrar o SIRESP.

"Portugal está mais preparado do que alguma vez esteve"
Eduardo Cabrita garantiu também hoje no Parlamento que Portugal “está mais preparado do que alguma vez esteve" para enfrentar o problema dos incêndios florestais.

Enfrentamos aquilo que são os problemas reais com respostas efetivas. Face à dimensão do problema, Portugal está mais preparado do que alguma vez esteve para enfrentar este problema.”

O ministro adiantou que Portugal está “mais preparado, porque, ao contrário do que sucedia, a prevenção foi a prioridade deste inverno”.

Essa é uma vitória dos portugueses, autarquias, proprietários e todos aqueles que se mobilizaram no esforço nacional de limpeza das florestas”, realçou.

O ministro respondia aos deputados do CDS-PP Telmo Correia e do PSD Duarte Marques sobre os atrasos da preparação da próxima época de incêndios florestais

Só o CDS e o PSD é que ainda falam em época de incêndios. Acabou a época de incêndios. Os incêndios e a segurança são uma prioridade todo o ano”, insistiu.

Eduardo Cabrita afirmou que, no ano passado, acabou a época de incêndios, que tinha a sua fase mais crítica nos meses do verão, porque “a maior tragédia foi em junho e em outubro”.

Segundo o governante, vai passar a existir “uma gestão flexível” de meios aéreos que vão estar disponíveis todo o ano.

Eduardo Cabrita garantiu também que os bombeiros voluntários vão ter “o maior nível de profissionalização que jamais existiu”.

Teremos 79 novas equipas até ao verão, o que permitirá aumentar 1.300 os bombeiros profissionais apoiados pelo Estado e, até ao final do ano, teremos 300 equipas profissionais nos bombeiros a nível nacional.”

O ministro voltou a destacar o aumento de 500 elementos no Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, que vão combater os incêndios em todo o país, bem como o reforço no Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), guardas florestais e sapadores florestais.

Eduardo Cabrita disse ainda que a nova diretiva operacional nacional e a nova diretiva financeira, feitas em diálogo com a Liga dos Bombeiros Portugueses, vão estar concluídas nas próximas duas semanas.

CDS acusa Governo de estar atrasado
O CDS-PP acusou hoje o Governo de estar atrasado e a mostrar incompetência na preparação da próxima época de incêndios, questionando onde está a nova lei da proteção civil e a participação da Força Aérea.

O Governo está atrasado, não está a mostrar a competência necessária. Estamos dispostos a ajudar, exigentes, mas também construtivos", defendeu o vice-presidente da bancada do CDS Telmo Correia, na abertura de uma interpelação ao Governo sobre a "preparação da próxima época de incêndios".

Telmo Correia fez uma intervenção inicial marcada pelas interrogações, questionando se "a nova lei da Proteção Civil" será "mais uma lei que fica na gaveta", sublinhando a importância daquela legislação.

Se a nova lei não surge todo o dispositivo está à espera", declarou.

O deputado e dirigente centrista apontou também para o "grande problema de articulação" entre entidades, como o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e o dispositivo da proteção civil no aviso e socorro às populações, identificado nos relatórios aos incêndios de 2017, em que morreram mais de 100 pessoas.

Telmo Correia perguntou ainda pela concretização da participação da Força Aérea.

Quando teremos a Força Aérea? É que tudo indica que não é tão cedo, não é este ano."

Relativamente ao SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal), apontou: "nem há um levantamento das falhas, nem a cobertura de rede está assegurada".

Em relação aos meios aéreos, o problema, ao fim de dois concursos, não está resolvido. A imagem que temos é um hangar selado. Os Kamov não voam. É um espetáculo lamentável", declarou, sublinhando que os helicópteros Kamov são do Estado.

PS fala em “lógica de cartelização”
O deputado do PS José Miguel Medeiros defendeu hoje que empresas não compareceram aos concursos de meios aéreos para os incêndios numa "lógica de cartelização" ou apresentaram "preços exorbitantes".

José Miguel Medeiros acusou os centristas de se aproveitarem "com total despudor do facto de dois concursos de meios aéreos terem ficado desertos para apontarem o dedo ao Governo e dizer que falhou na contratação, como se este fosse um ato de uma ação deliberada".

Seria bom que o CDS mostrasse de que lado está, se do lado do interesse público e do Governo que lança concursos públicos sérios, ou do lado dos interesses das empresas que, numa lógica de cartelização, não se apresentaram deliberadamente a concurso ou, se o fizeram, apresentaram preços exorbitantes", disse, dirigindo-se ao centrista Telmo Correia.

Esses preços foram apresentados "apesar dos cadernos de encargos terem um acréscimo de 25% em relação aos cadernos de encargos anteriores", lançados pelo anterior Governo, disse.

O deputado socialista argumentou que o CDS ignora as medidas tomadas pelo Governo, que incluem 100 novas equipas de sapadores, a admissão na GNR de 200 novos guardas florestais, de mais de 500 homens do GIPS da GNR, 80 novas equipas de intervenção permanente nas corporações de bombeiros, correspondente a 400 novos bombeiros profissionais.

Não dizem que foi durante o vosso Governo que foi extinta a empresa de meios aéreos do Estado e os Governos Civis, sem que tivessem sido, pelo menos, todo o cuidado de acautelar procedimentos alternativos", acusou.

"Irrepetível", pede Marcelo
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que a tragédia dos incêndios vivida no ano passado "é irrepetível", afirmando que nem sequer admite “esse cenário” outra vez.

Para mim, é uma evidência que não mais se repita no próximo horizonte aquilo que vivemos como tragédia. Eu nem sequer admito como cenário este ano, no próximo ano, nos próximos anos voltar a repetir-se o que aconteceu [nos incêndios de Pedrógão Grande e região Centro]”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, à margem de uma visita ao estabelecimento prisional feminino de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, distrito do Porto.

O chefe de Estado sublinhou que todos aprenderam a lição quanto à tragédia dos fogos.

Todos nós aprendemos a lição daquilo que existia e do que se passou. O povo português é lúcido, é atento, é inteligente e é experiente. É irrepetível e ainda bem que é irrepetível, porque chega termos vivido no ano passado por duas vezes as tragédias que vivemos. Não mais haverá repetição.”

TVI 24

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