A tragédia que custou, em 2017, a vida a pelo menos 115 pessoas, estará a ser usada como forma de pressão negocial no preparar do combate aos fogos do próximo verão. Isto atendendo às palavras do primeiro-ministro, que fala mesmo em "cartéis" na contratação de meios aéreos.
Isto porque algumas empresas privadas pediram 30 milhões de euros pela contratação de 28 helicópteros, o dobro do dinheiro que o Governo pretendia despender. "Pode ser que as autoridades não ajam atempadamente para desfazerem os cartéis que querem capturar o Estado, mas o Estado não será capturado e teremos os meios aéreos a tempo e a horas, custe o que custar", avançou esta sexta-feira António Costa, que condena o facto de quererem "transformar a segurança das populações numa ameaça".
Com o aproximar do início do dispositivo, o Governo terá de adjudicar os meios aéreos que faltam por ajuste direto. "Há uma ação concertada por parte das empresas tendo em conta a especulação à custa da ameaça que existe do risco de incêndio", disse o primeiro-ministro, esperando que as autoridades "ajam em conformidade". "Nós não nos deixamos capturar. Asseguramos os meios salvaguardando e protegendo o dinheiro público.
O Estado vai ter os meios necessários, com ou sem elas [as empresas]", assegura. António Costa manteve ontem uma reunião de duas horas com a estrutura da Proteção Civil, na qual esteve também o ministro da Administração Interna. Eduardo Cabrita prometeu maior agilidade do dispositivo e uma "articulação inovadora com o Instituto da Conservação da Natureza, com as Forças Armadas, com o Instituto Português de Meteorologia e com o INEM.
Será reforçada a cooperação, quer a nível nacional, quer regional, com as estruturas dos bombeiros", adiantou.
Fonte: Correio da manhã
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