O relatório da Comissão Técnica Independente (CTI) aos incêndios de outubro, arrasa a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) ao considerar que se verificou o "colapso geral do sistema de proteção e socorro" às populações, que foram deixadas num "dramático abandono", por o dispositivo não estar "preparado para situações catastróficas com esta dimensão e impacto".
As chamas propagaram-se a uma velocidade de seis quilómetros por hora, o equivalente ao ritmo de caminhada de um adulto, que assim seria engolido pelo fogo.
O rápido crescimento dos incêndios, alimentados pela força do vento e baixa humidade, atingiu uma "intensidade de libertação de energia três a nove vezes mais do que a capacidade de extinção", refere o documento, que contabiliza 48 mortos.
Os postos de comando operacional estavam "desfasados" e sem meios, numa altura em que o País se encontrava sob condições meteorológicas extremas, alavancadas pela passagem do furação ‘Ophelia’, o que se traduziu num risco "muito elevado ou extremo".
O Comando Nacional da ANPC chegou a pedir um reforço de meios, mas não obteve "plena autorização a nível superior", refere o relatório, defendendo que, sobre a resposta operacional, "justificar-se-ia uma chamada de atenção pública", devendo ter sido estabelecido pelo Governo o "Estado de Calamidade Preventiva", como aconteceu em agosto.
Correio da manhã
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