Bombeiros de Mealhada e Pampilhosa indisponíveis para integrar dispositivo especial de combate a incêndios - VIDA DE BOMBEIRO

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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Bombeiros de Mealhada e Pampilhosa indisponíveis para integrar dispositivo especial de combate a incêndios


Os bombeiros voluntários de Mealhada e Pampilhosa estão indisponíveis para participar no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) em 2018, enquanto não houver uma resposta do Governo às reivindicações do setor.

A posição das duas corporações do concelho da Mealhada alinha-se com a decisão tomada pela Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro, no passado dia 23 de fevereiro, durante uma reunião com os comandantes das corporações e presidentes da direção das associações que integram a federação.

A decisão foi comunicada ao comando distrital da Autoridade Nacional de Proteção Civil e é justificada, entre outras questões, pelo facto do Governo ter anunciado a intenção de “esbanjar” dinheiro a equipar a Força Especial de Bombeiros e a Guarda Nacional Republicana com novos equipamentos, quando faltam ainda ser pagas despesas relativas aos incêndios de outubro de 2017, além do ressarcimento dos valores de reparação dos danos em viaturas e equipamentos danificados.

Para o comandante dos Bombeiros Voluntários da Mealhada, Nuno João, “tem havido um desinvestimento por parte do Governo nos bombeiros que não tem explicação. Somos a principal força de combate a incêndios e não se tem verificado o reconhecimento desse papel”. Uma das principais reivindicações dos bombeiros prende-se com o aumento de 24 para 50 euros do valor pago a cada operacional que integra o DECIF por cada período de 24 horas. Segundo Nuno João, “esta é uma exigência que tem sido ignorada pelos governantes e que faria justiça ao trabalho árduo dos homens que todos os anos integram o dispositivo”.

Também em causa estão as medidas do Relatório da Comissão Técnica Independente da Assembleia da República que os bombeiros dizem estar a ser implementadas à revelia das corporações. A Liga dos Bombeiros Portugueses deu até dia 28 de fevereiro para obter do Governo uma clarificação sobre o papel dos “soldados da paz” na política nacional de proteção civil e nas reformas a implementar.

Como explica o comandante dos bombeiros da Pampilhosa, Fernando Abrantes, “não está em causa, de maneira nenhuma, o socorro às populações locais por parte dos bombeiros do concelho. O que acontece aqui, ao não integrarmos o DECIF, é que deixa de haver disponibilidade para apoiar o combate a incêndios florestais noutros pontos do país, se for necessário”. “Queremos acreditar que vamos acabar por integrar o dispositivo, mas, até ver, não o fazemos enquanto não tivermos uma resposta do Governo”, salienta.

Também Nuno João explica que “o grau de prontidão pode ser afetado ao não integrarmos o DECIF, ou seja, a falta de uma equipa de cinco homens, que está sempre pronta a responder rapidamente às ocorrências, fará com que o ataque inicial aos incêndios florestais não seja tão musculado”. No entanto, o comandante dos bombeiros da Mealhada lembra que “nunca estará comprometida a segurança da população do concelho com esta tomada de posição”.

A Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro tem uma nova reunião agendada para o próximo dia 10 de março para analisar esta questão e, só depois dessa data, poderá reconsiderar a “não disponibilidade” para integrar o dispositivo que garante uma mais rápida intervenção dos bombeiros no período crítico de incêndios florestais.

Fonte: Jornal da Mealhada

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