Eduarda Dias, 80 anos, perdeu há quatro meses nove familiares que fugiam do incêndio de Pedrógão Grande.
Na noite de 15 de outubro, a mulher que anda com recurso a um andarilho, viu a sua vida em risco ao tentar, tal como fizeram os seus primos na noite de 17 de junho, fugir da casa cercada pelas chamas, em Pampilhosa da Serra. A família Lopes da Costa deixou a habitação em Várzeas, com a mesa posta para nove pessoas, e morreu na estrada. No caso de Eduarda Dias, o desfecho só foi diferente, acredita, graças à intervenção do comandante da GNR.
"Não sei o nome dele, se o vir na rua não o reconheço, mas está dentro do meu coração. Salvou-me do inferno". Eduarda Dias está a referir-se ao sargento Costa, comandante do posto da GNR de Pampilhosa da Serra, que na noite de 15 de outubro a ajudou a fugir das chamas que cercavam a sua habitação. "Estava à porta a tentar fugir com o andarilho e havia fogo por todo o lado. Foi quando apareceu o comandante da GNR e levou-me ao colo para dentro do carro que era conduzido pelo guarda Gentil, enquanto um outro, o José Padeiro, atirava o andarilho para a mala do carro", conta Eduarda Dias.
Doente oncológica e com mobilidade reduzida, a mulher está convicta de que o militar lhe salvou a vida: "Se não fosse ele, eu seria a 46ª vítima". Amanhã, às 15h00, realiza-se um concerto solidário no quartel dos Bombeiros da Pampilhosa da Serra.
Fonte: Correio da Manhã
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