Falhas ‘esconderam’ mortes de Pedrógão por duas horas - VIDA DE BOMBEIRO

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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Falhas ‘esconderam’ mortes de Pedrógão por duas horas


O governo só anunciou as primeiras 19 mortes no incêndio de Pedrógão Grande, a 17 de junho, duas horas depois de um militar da GNR e bombeiros terem encontrado o primeiro cadáver, releva o relatório da GNR ontem tornado público pelo Ministério da Administração Interna - que ilibou aquela polícia por não haver informações de que tenha encaminhado alguém para a ‘estrada da morte’. 

A ministra Constança Urbano de Sousa, elencou ontem uma sucessão de falhas no incêndio que fez pelo menos 64 mortes, estando outras três a serem investigadas quanto à relação com o fogo. 

Mas, embora todas tenham ocorrido em organismos sob sua responsabilidade, disse "não ser a altura" para discutir a sua demissão. Eram 21h44 quando o sargento-Ajudante Martins, comandante do posto de Leiria, começou o seu reconhecimento na EN236-1, a ‘estrada da morte’. Em Barraca da Boavista foi informado de um "cadáver no meio da via". 

Continuou e "foi encontrando vários cadáveres e veículos carbonizados e outros ainda a arder". "Assim, com a ajuda dos bombeiros fez a contagem dos cadáveres, vindo a contar 18, pelo que isolou a área." Foi ele a avisar o posto de comando, que nada sabia. O secretário de Estado Jorge Gomes só informou o País às 23h45 da existência de 19 mortos. 

Mas já às 21h10 um cabo da GNR havia visto carros a arder, mas o fumo não o deixou ver pessoas. A estrada só foi cortada às 22h15. Este é apenas um dos exemplos das falhas de comunicação e coordenação identificadas pelas forças no terreno. A ministra mandou ontem instaurar um inquérito à Secretaria-Geral do seu ministério para "apuramento de eventuais responsabilidades disciplinares" pelos erros na gestão da rede SIRESP. 

A ministra criticou ainda as falhas de coordenação e a localização escolhida para o posto de comando, bem como os problemas de articulação entre Proteção Civil, Secretaria-Geral do MAI, PSP e GNR na deteção e resolução das falhas do SIRESP. 

A ministra mandou a sua Secretaria-Geral iniciar "os procedimentos necessários" à aplicação de "penalidades" à sociedade SIRESP, SA pelas falhas.  "Eu e o meu pai saímos os dois de casa para o fogo, devíamos ter regressado os dois" Sete semanas depois de ter ficado ferido no incêndio de Pedrógão Grande, Fernando Tomé, de 22 anos, teve alta hospitalar e regressou a casa. 

Antes passou pelo quartel dos bombeiros de Castanheira de Pera, onde foi "bem recebido" e ficou "feliz por voltar a ver os colegas". 

Fonte: Correio da Manhã

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