A equipa do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF) que está a investigar o incêndio de Pedrógão Grande a pedido do Governo, está a solicitar desde o início da semana vídeos, imagens e testemunhos da população para poder compreender como evoluiu o fogo e elaborar depois as devidas recomendações. Estes especialistas já contam com dezenas de contributos e esperam poder apresentar as suas conclusões em outubro.
Desde 20 de junho, três dias depois de deflagrar o incêndio de Pedrógão -que fez 64 vítimas mortais - que "o CEIF está no terreno a recolher informações diretamente", avança Xavier Viegas, que está a coordenar esta equipa. O especialista refere que desde que lançou agora o repto e o endereço de email (ceif@adai.pt) para receber mais testemunhos "já foram recebidos dezenas". "A ideia é reconstruir a história, como o fogo avançou, como morreram as pessoas, o impacto nas populações".
A analisar toda a informação estão 14 pessoas, de áreas como a engenharia florestal, a engenharia mecânica, ou a Geografia. "Em outubro esperamos ter as conclusões e as recomendações", avança, repetindo que "para já, o que se percebe é que isto nunca deveria ter acontecido, mas não foi obra do acaso".
"O que já percebemos é que não poderia ter acontecido, mas pode voltar a acontecer, porque há muitas condições para isso", alerta. Para dar um exemplo, o investigador relembra o "pouco cuidado com a limpeza da vegetação até à beira das estradas".
O incêndio de Pedrógão Grande deflagrou a 17 de junho e evoluiu para os municípios vizinhos, como Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos. Inicialmente, foi dito pela Polícia Judiciária que o fogo tinha começado após uma trovoada seca, mais precisamente depois de uma descarga de um raio numa árvore. A tese viria a suscitar dúvidas junto do líder da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares.
JN
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