Mais um Kamov Parado - VIDA DE BOMBEIRO

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domingo, 30 de julho de 2017

Mais um Kamov Parado


O helicóptero pesado Kamov de combate a incêndios florestais estacionado em Santa Comba Dão, Viseu, está parado há uma semana. 

Fontes dos bombeiros afirmaram ao CM que terá sofrido uma avaria grave. A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) refere uma "manutenção programada". Da frota de seis Kamov comprados por Portugal em 2006, que já custaram cerca de 360 milhões de euros em aquisição, manutenção e reparações, só dois estiveram esta semana a voar, um terço do total. 

Dos restantes, um está parado após acidente (desde 2012), dois por avarias catastróficas (desde 2015) e agora o de Santa Comba Dão, que a ANPC tinha previsto o regresso ao ativo para o final do dia de ontem. Numa semana dramática para os incêndios, estiveram apenas operacionais os estacionados em Braga e Ferreira do Zêzere. O CM questionou a ANPC sobre a inoperacionalidade do Kamov de Santa Comba Dão. 

O organismo respondeu tratar-se de "manutenção programada". O CM sabe que deveriam ter parado os três Kamov para esse efeito, mas que a revisão teria sido adiada para outubro de forma a estarem operacionais na fase crítica de fogos. De entre os 48 meios aéreos previstos no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais de 2017, a ANPC apenas confirma uma outra avaria, sexta-feira. "Um helicóptero médio (Bell 212)" com uma "inopinada avaria na transmissão", "neste momento a ser reparado pelo operador". 

Os helicópteros Kamov, de fabrico russo, são considerados dos meios aéreos mais eficazes no combate aos incêndios florestais, sobretudo devido à mais-valia proporcionada pelo balde que transporta mais de 4000 litros de água, pouco menos que um avião pesado Canadair. A aeronave tem uma autonomia de trabalho de 180 minutos e permite abastecimentos rápidos e próximos aos incêndios, além de transportar equipas. 

"Chamas estiveram a um metro de casas"  

Os moradores de Vale do Açor e Sobral de Ceira, no distrito de Coimbra, viveram ontem momentos dramáticos quando um incêndio ameaçou as casas e destruiu vários hectares de floresta. "As chamas estiveram a um metro das casas", contava um dos habitantes. Só a rápida intervenção dos habitantes e dos bombeiros impediu que o fogo atingisse as habitações. Este foi o incêndio que ontem mobilizou um maior número de meios de combate. No teatro de operações estiveram mais de 320 operacionais auxiliados por 92 viaturas e seis meios aéreos. 

O incêndio começou pelas 16h00 em dois pontos distintos, mas ao mesmo tempo, próximo das povoações de Sobral de Ceira e Cabouco, no concelho de Coimbra. As chamas avançaram entretanto também para o concelho de Miranda do Corvo pondo em risco as habitações de Vale do Açor.

Correio da Manhã

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