As conclusões sobre a tragédia de Pedrógão Grande poderão só ser conhecidas após as eleições autárquicas. É que o prazo para os trabalhos da comissão técnica independente sobre os incêndios é de 60 dias, prorrogáveis por mais 30: o resultado dos trabalhos poderá surgir apenas depois de outubro.
Ontem, treze dias depois dos incêndios que causaram 64 mortes, o PSD, sem surpresas, atacou o Governo no Parlamento com "a falta de explicações". Já a esquerda acusou os sociais-democratas de contradição e de desnorte. "Passaram-se 13 dias e ainda não sabemos. Porquê?", questionou Teresa Morais. Para a deputada do PSD, "se fosse um político, ator ou um jogador de futebol" haveria "briefings diários sobre o estado de saúde".
"Como são bombeiros ninguém sabe do seu estado de saúde."
Sobre a acusação de leviandade apontada pelo deputado do PS Jorge Lacão, quanto ao número de efetivos da GNR no terreno, Teresa Morais ripostou: "Fui eu que encaminhei uma patrulha da GNR que não sabia onde era o posto territorial". O PSD sublinhou que está atento ao estado de saúde dos bombeiros feridos. Sobre o bombeiro que esteve dez horas sem assistência, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, explicou que o mesmo foi assistido pelo INEM antes de ser levado para o hospital.
Jorge Lacão pode suceder a Constança
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, já disse que não sai do cargo, mas o nome de Jorge Lacão, vice-presidente do Parlamento, é apontado como possível sucessor da governante num cenário de demissão, após serem conhecidos os resultados do que correu mal em Pedrógão Grande. Por agora, no Governo a ordem é a de garantir que não haverá remodelação, já que esse seria o caminho mais fácil.
PORMENORES
750 operacionais
O Governo anunciou ontem um reforço de 750 operacionais para as zonas "mais críticas de suscetibilidade" de incêndio.
Correio da Manhã
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